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Sobre as Águas

Treinadores ajudam nova geração da vela em eventos oficiais

Antonio Alonso

13/09/2021 18h10

A CBVela – Confederação Brasileira de Vela esteve presente com treinadores oficiais nos três campeonatos envolvendo classes olímpicas realizados nos últimos 15 dias no Iate Clube do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro (RJ).

A entidade que rege à modalidade no Brasil destacou o uruguaio Juan Sienra e o brasileiro Henry Boening para orientar a nova geração da vela durante Campeonato Centro & Sul Americano das Classes ILCA (antiga Laser), Semana Internacional de Vela do Rio de Janeiro e Campeonato Centro & Sul Americano da Classe ILCA.

Mais de 500 participantes estiveram nas regatas na Baía de Guanabara nos três eventos. Categorias como 420, 29er e Optimist também receberam atenção dos treinadores oficiais da CBVela.

"Ainda bem que estamos voltando a ter campeonatos numa certa normalidade, seguindo os protocolos de segurança. Isso faz bem para os velejadores tanto físico como mental nesse momento de pandemia, que ainda nos assola, falando mais específico na classe ILCA antiga classe Laser, onde sempre tivemos bons representantes", disse Henry Boening, o Maguila.

"Aparentemente vamos ter um período um pouco difícil, pois estamos saindo de uma geração muito forte que já passou dos 40 anos e onde faltou uma renovação após essa geração".

Henry Boening se referiu à geração de Robert Scheidt, que rendeu três medalhas olímpicas na Laser, sem contar os pódios em mundiais e pans. Outro nome que está em final de ciclo na categoria é o catarinense Bruno Fontes.

"Hoje temos uma turma nova com vontade mas ainda no começo de trabalho, ainda com menos de 18 anos. Tínhamos antigamente a fabrica aqui no Brasil, onde com isto facilitava a compra e baixa o custo dos barcos, depois tivemos aquele período curto do Dólar e Euro baixos, que ainda deu fôlego na classe", completou Maguila.

Para a CBVela, os trabalhos de renovação são fundamentais para que a vela mantenha sua tradição em eventos, como as 19 medalhas em Jogos Olímpicos. Alguns resultados já aparecem como o inédito título de Alex Kuhl (Ilhabela) no Mundial de Optimist 2021.

"Agora vai haver uma renovação natural, e é necessário começar a trabalhar, desde já, no intuito de dar canja e qualificação técnica para os pretendentes a vaga olímpica. Essa vaga poderá ser um grande desafio, por isso que o trabalho deve começar imediatamente", contou Ricardo Baggio, o Kadu, assessor da diretoria de vela do ICRJ. "Os Campeonatos Centro & Sul Americanos das Classes ILCA 6 e 7 sem dúvida foram os primeiros eventos olímpicos pós-Tóquio 2020".

A entidade conta com os programas de Vela Jovem e Academias em todo País. "Vimos uma melhoras técnica e estamos confiantes, com velejadores muito bem preparados, não apenas para vaga olímpica, mas para medalha. Vamos colocar não apenas um Robert, mas vários na disputa", explicou o treinador Juan Sienra.

A próxima Copa Brasil de Vela Jovem vai definir a Equipe Brasileira para o Mundial da Juventude de 2021, que será em Omã.

Foto: Fred Hoffmann

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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