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Sobre as Águas

Robert pode levar medalha. Martine e Kahena na briga pelo ouro

Antonio Alonso

31/07/2021 20h04

A Equipe Brasileira de Vela pode conquistar suas primeiras medalhas nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 nos próximos dias.

Com dois barcos bem classificados na medal race – Laser e 49erFx – e com possibilidade real na 470 feminina, o time pode manter a tradição histórica de pódio.

As duplas de 470 masculina e Nacra 17 ainda têm chances de entrar para as provas finais. A modalidade medalhou em todas as edições desde a Cidade do México 1968, com exceção em Munique 1972 e Barcelona 1992.

A grande final da Laser com Robert Scheidt será na madrugada deste domingo (1º), às 02h30 e terá transmissão ao vivo e flashs na programação de Sportv, Globo e BandSports. O canal do Youtube Regras.com também fará os comentários com tracking atualizado. A decisão para Martine Grael e Kahena Kunze na 49erFx será na madrugada de segunda-feira (2), também às 02h30.

A vela brasileira soma em Olimpíadas sete ouros, três pratas e oito bronzes, totalizando 18 medalhas olímpicas. Para Tóquio 2020, a equipe foi escolhida pela Confederação Brasileira de Vela com base nos melhores atletas de cada categoria. O time conta com 13 atletas em oito categorias. Apenas Laser Feminino e RS:X masculino não tivemos representantes.

A maior chance nacional segue com as atuais campeãs da 49erFx, Martine Grael e Kahena Kunze. Para a medal race de segunda-feira (2), as brasileiras um ponto atrás das holandesas Annemiek Bekkering Annette Duetz com 71 pontos perdidos. Outras seis duplas seguem com possibilidades de pódio na regata final.

A medal race de todas as categorias tem pontuação dobrada e não há descarte. Na Rio 2016, Martine e Kanhena venceram a regata da medalha e saíram com o inédito ouro para a vela feminina brasileira.

"Martine e Kahena mostram um entrosamento campeão desde a conquista do Mundial da Juventude de 2009, quando venceram a 420 em Búzios (RJ). Os sobrenomes, Sofiatti Grael e Kunze, não pesaram, pelo contrário, e elas mostram na água que nasceram para velejar. A cada ano vêm fazendo história e posso dizer sem ufanismos que hoje no 49erFX são apontadas como uma das favoritas sempre. Como era com Torben Grael na Star e Robert Scheidt na Laser e depois na Star também. A regularidade delas no alto nível é impressionante", disse Murillo Novaes, jornalista, historiador e escritor especializado no mundo náutico.

Na última madrugada de sábado (31), as representantes de 49erFx subiram de posição com bons resultados e só dependem delas para conquistar mais um ouro. No 49er, Marco Grael e Gabriel Borges finalizaram a Olimpíada em 16º lugar.

Histórico

Robert Scheidt, o maior medalhista olímpico do País, terá chance de conquistar seu sexto pódio em sete olimpíadas na madrugada deste domingo (1º) na raia de Enoshima. O brasileiro é o sexto colocado com 86 pontos perdidos na classe Laser.

O atleta de 48 precisa de uma combinação de resultados para ser no máximo medalha de prata, já que o ouro já está com o australiano Matt Wearn. Robert Scheidt está 12 pontos atrás do terceiro na tabela da categoria, o croata Tonci Stipanovic. Na Rio 2016, o velejador de Laser ganhou a regata da medalha e finalizou a competição em quarto lugar

"Os favoritos começaram a valer suas condições da metade para o final das regatas em todas as classes na raia de Enoshima. As condições estão difíceis com muita variação de ventos desde o início".

"Os brasileiros estão bem colocados como citado na Laser e 49erFx. Para o Robert vencer precisa de uma combinação de resultados, mas em se tratando dele podemos acreditar até o final. Seria muito merecida essa conquista", disse Ricardo Kadu Baggio, comentarista de vela do Sportv.

Resultados oficiais

https://tokyo2020.sailing.org/results-centre/

A regata final das regatas no Japão já definiu os campeões de RS:X, incluindo a finalização da participação da brasileira Patrícia Freitas entre as 10 melhores do mundo na categoria das pranchas. O próximo a correr a prova que vale medalha será o maior nome de toda delegação brasileira em Tóquio 2020.

Voltam a competir nesta madrugada a classe 470 (masculino e feminino) com destaque para Fernanda Oliveira e Ana Barbachan em sexto lugar. Ainda faltam quatro regatas até a medal. Hnerique Haddad e Bruno Bethlen estão em 14º mas com chances matemáticas de alcaçar a final.

Na Finn, Jorge Zarif segue na 14ª colocação. Já na NACRA, Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino estão em nono e restam mais três regatas na categoria de duplas mistas. Se mantiveram a média dos últimos dias podem definir a classificação para a medal race

Patrícia Freitas finalizou sua quarta participação olímpica na 10º colocação. A brasileira chegou em oitavo lugar na regata da medalha disputada na madrugada deste sábado (31). A atleta manteve a regularidade em praticamente todas as provas de Tóquio 2020. A RS:X teve 27 competidores e o pódio ficou com Yunxiu Lu (China), Charline Picon (França) e Emma Wilson (Grã-Bretanha).

SOBRE A CBVELA

A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Tem o Bradesco como patrocinador oficial, e o Grupo Energisa como parceiro oficial e patrocinador da Vela Jovem. A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: sete. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 18 medalhas em Jogos Olímpicos.

(© Sailing Energy / World Sailing)

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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