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Sobre as Águas

Esquadra brasileira em massa na decisão da Star Sailors League Finals

Antonio Alonso

07/12/2018 21h18

Largada nas águas transparentes da Baía de Montagu (Gilles Morelle / SSL)

As últimas quatro regatas da fase de classificação da Star Sailors League Finals nesta sexta-feira em Nassau, colocaram sete dos oito brasileiros entre as dez duplas finalistas. Robert Scheidt e Henry Boening, Jorge Zarif e Pedro Trouche, Lars Grael e Samuel Gonçalves, assim como Arthur Lopes, proeiro do norte-americano Paul Cayard, correm neste sábado, quartas de final, semifinal e final a partir das 14h (DF) com transmissão ao vivo em: finals.starsailors.com

Scheidt e Boening retomaram a liderança da primeira fase com três vitórias em quatro regatas, o que lhes garantiu passagem direta à final, sem necessidade de correr quartas de final e semifinal. Ao todo, somam cinco vitórias em 11 regatas. Os vice-líderes, Mendelblat e Fatih (EUA) têm uma vitória e irão diretamente à semifinal. Zarif e Trouche terminaram em terceiro lugar; Cayard e Lopes, em sétimo. Lars e Gonçalves ficaram em 10º lugar, conquistando a última vaga no desempate contra o barco húngaro. Augie Diaz (EUA) e Bruno Prada concluíram a SSL Finals na 16ª posição.

Tornou-se rotina para os velejadores brasileiros romper a linha de chegada da Baía de Montagu em primeiro lugar a cada regata. Fazendo um campeonato de recuperação, Lopes ganhou sua primeira prova em Nassau ao lado de Cayard. Na regata anterior a dupla havia chegado na segunda colocação, logo atrás de Scheidt e Boening, e na terceira do dia, a décima do campeonato, chegaram em terceiro lugar.

"Fizemos um pequeno ajuste em um dos cabos intermediários do mastro. Colocamos um pouco mais de tensão e o rendimento do barco melhorou muito. Realizamos um bom trabalho hoje", justificou Cayard sobre a classificação às regatas eliminatórias. No final da décima regata quebrou o mordedor do cabo que sustenta a vela principal. Cayard e Lopes tiveram apenas alguns minutos para improvisar o conserto antes da largada da última prova.

"Estamos correndo desde o início do ano com grandes resultados. O Paul (Cayard) me enviou um e-mail em janeiro perguntado se eu queria formar dupla com ele. Fiquei entusiasmado e começamos a correr regatas. No começo foi difícil, mas hoje estamos entrosados e não sinto mais pressão", contou Lopes. A dupla foi terceira colocado no Mundial de Star e conquistou os vice-campeonatos norte-americano e do hemisfério ocidental, os três nos Estados Unidos.

Sofrimento a bordo – Não faltou adrenalina na sexta-feira de Lars e Samuca, que na véspera ocupavam a sétima posição. "Tínhamos como meta velejar de forma mais conservadora para nos mantermos entre os dez e passar de fase. Na segunda regata do dia largamos escapados e pareceu que tudo estava perdido, mas nos recuperamos com um quinto lugar na terceira", relatou Lars.

Na última prova da fase, a alternância de posições na Baía de Montagu manteve a indefinição dos últimos classificados até a linha de chegada. "Só soube que estávamos entre os dez quando retornamos ao clube e a Renata (esposa) estava me esperando no píer com um sorriso vitorioso. Durante a regata foi puro sofrimento. Temos algumas horas para ajustarmos o barco em busca de mais velocidade. Precisamos ser mais competitivos", definiu Lars Grael.

Os dez classificados após 11 regatas (um descarte)

1 – Scheidt/Boening (BRA): 1+(17)+3+2+2+12+3+1+7+1+1 = 33 pp

2 – Mendelblat/Fatih (EUA): 6+4+1+3+15+4+4+5+10+(20)+3 = 55 pp

3 – Zarif/Trouche (BRA): 10+12+10+4+4+1+2+6+(18)+17+2 = 68 pp

4 – Kusznierewickz/Zycki (POL): 2+11+2+15+(17)+8+10+3+16+4+4 = 75 pp

5 – Negri (ITA)/Kleen (ALE): 3+5+5+20+7+5+7+(OCS)+14+7+5 = 78 pp

6 – Melleby(NOR)/Revkin(EUA): 11+2+11+6+5+3+12+(17)+4+15+11= 81 pp

7 – Cayard (EUA)/Lopes (BRA): 13+13+14+5+(19)+14+14+2+1+3+14 = 94 pp

8 – Loof (SUE)/Natucci(ITA): 12+14+4+9+14+(19)+5+8+15+9+7 = 97 pp

9 – Rohart/Ponsot (FRA): 18+(19)+6+8+1+15+6+10+3+14+17 = 98 pp

10 – Grael/Gonçalves (BRA): 16+1+19+8+23+9+1+11+(OCS)+5+10 = 99 pp

16 – Diaz (EUA) / Prada (BRA) = 131 pp

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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