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Sobre as Águas

Velejadores-mirins na Semana de Vela

Antonio Alonso

17/07/2018 22h52

A Semana de Vela de Ilhabela abre espaço para velejadores-mirins mais uma vez.

Vários barcos já confirmaram que irão se reforçar com menores de 15 anos.

Itajaí Sailing Team, Bravo e Áries são alguns exemplos.

"O importante é dar a elas a oportunidade de praticar o esporte, aprender sobre regras, ética, trabalho em equipe e respeito ao próximo", destacou Ramiro Eli, proeiro do Bravo.

A presença de velejadores-mirins na tripulação impõe algumas mudanças a bordo.

"Muda o vocabulário, a maneira e o tempo em que as instruções são repassadas às crianças. Além disso, é preciso ter certos cuidados em relação aos riscos inerentes ao esporte", explicou Ramiro Eli.

O Itajaí Sailing Team tem como velejadora-mirim Brenda Furlin, de 14 anos, única menina numa tripulação masculina.

Filha de Gastão Furlin Filho, coordenador do projeto do barco, Brenda herdou o interesse pelo esporte e começou a velejar aos 8 anos de idade.

Integrante do Itajaí Sailing Team desde fevereiro de 2017, Brenda ajuda a trimmar o runner e no recolhimento do balão.

"O aprendizado é constante. Na medida do possível, os outros tripulantes sempre explicam as manobras executadas para que eu possa entendê-las e saber o momento certo de utilizar cada uma. Aprendi muito sobre disciplina, concentração e como é importante o trabalho em equipe, onde cada tripulante tem uma função que deve ser executada da melhor forma possível e no momento exato para não atrapalhar na performance do barco", disse Brenda.

 

Velejando com dois adultos e três crianças até a última edição da Semana de Vela de Ilhabela, a tripulação 100% familiar do Áries desenvolveu características próprias para o trabalho dentro do barco.

"Com crianças a bordo, velejar em segurança e antecipar manobras são atitudes fundamentais. Nós criamos os ajudantes da manobra, designando quem das crianças será o responsável e quais serão seus ajudantes em cada manobra. Normalmente, o mais velho é ajudado pelos menores", contou o comandante Alex Calábria.

Depois de três participações vitoriosas com o Áries III na disputa dos Clássicos, a família encara este ano o desafio de competir na classe ORC com um novo barco, o Áries 5. Dos três meninos, estarão na equipe Luca, de 13 anos, recolhendo a vela e passando o balão, e Guilherme, de 10 anos, como ajudante das manobras. Os dois ainda fazem o contra-peso do barco.

Foto: Aline Bassi | Balaio

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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