Topo

Sobre as Águas

Direto para o estaleiro! Vestas 11th Hour Racing chega a Itajaí

Antonio Alonso

16/04/2018 18h50

Leg 7 from Auckland to Itajai, Vestas 11th Hour Racing arrives in Itajai. 16 April, 2018.

Depois de perder o mastro e abandonar a sétima etapa da Volvo Ocean Race 2017-18, o Vestas 11th Hour Racing conseguiu chegar a Itajaí (SC) para iniciar os reparos no barco. O veleiro azul chegou na manhã desta segunda-feira (16) à Vila da Regata. A bordo estavam integrantes da equipe de terra do veleiro norte-americano/dinamarquês e o velejador Damian Foxall. Os outros tripulantes na viagem das Ilhas Malvinas até Itajaí foram o espanhol Diego Torrado, o norte-americano Andres Guerra Font, o neozelandês Spencer Loxton e o uruguaio Diego Turell.

A viagem entre as Ilhas Malvinas (Argentina) até a cidade catarinense durou nove dias. O barco saiu no sábado, 7 de abril, e percorreu 1.600 milhas náuticas.

"É uma perna maravilhosa, uma stopover incrível. Depois de mais de 1.600 mil milhas náuticas das Ilhas Malvinas em nove dias, estamos aqui em Itajaí. Adaptamos um mastro para fazer essa travessia e agora temos um desafio para colocar um mastro novo e deixar tudo pronto para a próxima etapa", disse o irlandês Damian Foxall, velejador e chefe de sustentabilidade da Volvo Ocean Race. "Aqui somos bem recebidos, é um prazer estar aqui pela terceira vez".

Leg 7 from Auckland to Itajai, day 14 on board Vestas 11th Hour. 30 March, 2018. Mast Accident

O atleta esteve na cidade outras vezes, com o Groupama 4 (edição 2011-12) e com o Oman na Transat Jacques Vabre 2013. Damian Foxall correu a primeira etapa da Volvo Ocean Race 2017-18 entre Alicante (Espanha) e Lisboa (Portugal). O Vestas 11th Hour Racing foi o vencedor da prova.

"Itajaí é importante na área de sustentabilidade, estive aqui e vi como a comunidade encara o desafio de ser sustentável e reduzir o uso do plástico. O programa da regata no setor é importante", falou Damian Foxall, chefe de sustentabilidade da equipe norte-americana/dinamarquesa.

Poste de luz improvisado

A operação de adaptar um novo mastro e seguir viagem até Itajaí começou assim que a tripulação do Vestas 11th Hour Racing anunciou que perdera a principal peça do barco na disputa da sétima etapa. A equipe foi a segunda a contornar o Cabo Horn e estava próxima do pódio.

Mas como manda a tradição da perna pelos mares do sul,  pelo menos um barco sofre desmastreação. Dessa vez foi o Vestas 11th Hour Racing.

O problema ocorreu em 30 de março, a cerca de 160 quilômetros a sudeste das Malvinas. A tripulação viajou de automóvel até o arquipélago e começou a procurar materiais para construir um mastro de fortuna (termo usado na vela para a adaptação). Foi improvisado um poste de luz.

"Penso que a sorte existe, mas temos que enfrentar as dificuldades. Temos que seguir trabalhando, é a única maneira de chegar. Estávamos navegando na segunda posição, estáveis, cômodos e escutamos um ruído e imediatamente caiu o mastro. São coisas que acontecem no esporte, as vezes sem muita explicação. O que nos resta a fazer é seguir a diante, continuar a lutar para fazer o melhor possível", disse o espanhol Diego Torrado.

O estaleiro da Volvo Ocean Race, chamado de The Boatyard, assumiu o barco para trocar o mastro do veleiro. A operação deve ser concluída até a sexta-feira (20), quando ocorre a In-Port Race.

Falta apenas o SHK / Scallywag para completar a flotilha dos barcos da Volvo Ocean Race. A equipe está a caminho de Itajaí e deve chegar durante a semana.

Leg 7 from Auckland to Itajai, day 21 on board Vestas 11th Hour. 06 April, 2018. Mast Accident – Farkland Islands

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

Blog Sobre as Águas