Topo

Sobre as Águas

Últimas milhas da sexta etapa da Volvo Ocean Race

Antonio Alonso

26/02/2018 18h05

Leg 6 to Auckland, day 20 on board Sun hung Kai/Scallywag. AkzoNobel, only 0.1 miles away, after 20 days of racing. 26 February, 2018.

A madrugada desta terça-feira (27) pode ser histórica para o esporte brasileiro. A sexta etapa da Volvo Ocean Race será decidida em Auckland (Nova Zelândia) com dois barcos com chances reais de vitória. Um deles é o AkzoNobel, da campeã olímpica Martine Grael, que disputa milha a milha com o Sun Hung Kai / Scallywag. Seria a primeira vitória da brasileira na regata de Volta ao Mundo.

Os dois times citados acima estavam separados por apenas 1 milha náutica na atualização de placar da tarde desta segunda-feira (26). Em terceiro, 10 milhas náuticas atrás, está o Turn the Tide On Plastic. Ou seja, a chegada à Cidade das Velas, como é conhecida Auckland, deverá decidir a configuração do pódio. Faltam menos de 200 milhas para a linha final.

 A equipe de Martine Grael adotou nas últimas 24 horas o modo invisível e segurou a liderança, mesmo que pequena. Mas ao contrário de aumentar a sua vantagem, o AkzoNobel viu os adversários no retrovisor literalmente.

Leg 6 to Auckland, day 20 on board Sun hung Kai/Scallywag. Annemieke Bes, who originally started training on AkzoNobel, now doing the race on Scallywag, looking the match racing unfolding for the last few miles to the finish. 26 February, 2018.

"Nós temos uma pequena vantagem, mas ir do Cabo Norte para Cape Brett não vai ser fácil", disse Brad Farrand, do Akzonobel. "As próximas 12 horas serão cruciais".

A bordo do segundo colocado, o skipper Dave Witt estava contente por ver a diferença para o Akzonobel reduzir com cada relatório de posição. "A brisa vai desaparecer no topo da Nova Zelândia", disse o comandante do Scallywag. "O AkzoNobel vai chegar primeiro e serão empurrados pela maré durante algumas horas. E nós não. Pode estar aqui a chave para nos reagruparmos novamente".

O dilema que enfrentam as três principais equipes é forçar passar mais perto da costa e ter a corrente contra numa rota mais curta, ou ir para o fora com uma corrente favorável, mas fazer mais milhas.

Enquanto o Turn the Tide on Plastic persegue o seu primeiro pódio, a skipper Dee Caffari disse que estava preparada para levar o barco ao limite.

"Quando o sol nascer, vamos fazer um turno extra, com isto vamos ter mais pessoas para ajudar nas manobras. Quando o vento entrar, vamos estar todos no deck prontos para qualquer coisa. Vamos dar tudo por tudo, até ao fim", falou Dee Caffari.

Enquanto isso, o MAPFRE e o Dongfeng continuam na sua regata privada para ver quem tem melhor desempenho. Os dois lideram a competição na classificação geral, mas não devem fazer pódio na sexta etapa.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

Blog Sobre as Águas