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Copa Paulista de Vela encerra o ano com 250 barcos nas raias

Antonio Alonso

03/12/2017 13h44

Classe Snipe: a mais ativa em 2017 (Douglas Moreira / Fisheye Images)

O ano de 2017 foi promissor para a vela no Estado de São Paulo devido à evolução da Copa Paulista, criada em 2015 pelo Yacht Club Paulista e organizada exclusivamente pelo clube com regatas apenas na Represa Guarapiranga nas duas primeiras edições como Copa YCP. Nesta temporada, somadas as 12 etapas, 251 barcos diferentes competiram, contra 180 de 2016, aumento de 40% nas inscrições.

A temporada movimentou 407 velejadores de 20 classes em 35 regatas, números que deixaram os organizadores gratificados. "Chegamos ao final do ano com entusiasmo diante da participação massiva de clubes e velejadores, não apenas da Guarapiranga. Estamos no caminho certo", comemorou a vice-comodoro do YCP, Paola Prada Lorenzi, também velejadora e idealizadora do grupo feminino Divas da Snipe.

Atendendo à proposta da Copa Paulista, de disseminar a vela no estado, neste ano foram incluídas etapas em Santos e Ilhabela, e outros três clubes passaram a dividir com o YCP a responsabilidade de organizar e receber o campeonato: Yacht Club Santo Amaro (YCSA), Clube de Campo São Paulo (CCSP) e Iate Clube de Santos (ICS).

Associado do YCP desde a infância, o veterano velejador Luis Borba disputou a Copa Paulista ao lado do jovem Leonardo Lorenzi, de Snipe, com o barco Pasta. "A copa proporcionou a retomada da vela na represa para todas as classes. A Snipe, especificamente, foi a que mais aderiu ao movimento e se tornou a classe mais ativa", observou Borba.

Afastado das raias durante 15 anos, Borba encontrou na copa a motivação para voltar a praticar o esporte que mais admira. "Retornei às regatas no Classic Sailing Festival, organizado pelo Yacht Club Paulista em 2016 e vi na copa a oportunidade de permanecer velejando. Além de atrair novos velejadores, a competição teve o mérito de resgatar muitos dinossauros, como eu", diverte-se Borba.

Copa em família – Quem também se divertiu nas raias da Guarapiranga e de Ilhabela, foi Marcelo Sestini, principalmente por ter optado pela classe HPE 25, para quatro tripulantes, o que lhe permite competir ao lado dos filhos Thiago e Bruno, de 15 e 12 anos. "Além de manter a família unida, a classe é muito competitiva. O primeiro objetivo, motivá-los para a vela, foi atingido. A tendência agora é que passem a velejar de Snipe e assim vamos formando novos velejadores", prega o comandante do Ubuntu.

A HPE 25 registrou relevante evolução nesta temporada ao longo da Copa Paulista, fechando o ano com uma flotilha de 17 barcos na represa e perspectiva de novos adeptos. O YCP terá em 2018 um barco da classe exclusivo para aprendizagem. "Teremos um HPE 25 para a formação de jovens e adultos durante pelo menos um ano. Os alunos irão sentir com mais intensidade a emoção de velejar", revela Richard Andersen, responsável pela escola de vela Dick Sail, instalada no YCP.

O sucesso da Copa Paulista passa pelas mãos de Alberto Hackerott, ex-diretor de vela do YCP e um dos criadores da competição em 2015. "A copa neste ano fez com que os velejadores da represa fossem para o mar e que os do mar conhecessem a represa, o que proporcionou aprendizado a todos. Precisamos motivar a base amadora da vela, para que os mais novos se espelhem nos mais experientes", sugere Beto, vice-campeão de Snipe em 2017, em dupla com a esposa Eloah.

Troféu Joerg Bruder (coordenador da classe mais ativa em 2017)

Alonso Lopez – YCP – Snipe

Campeões das classes mais numerosas na Copa Paulista 2017

Snipe – Enrico e Frederico Francavilla – YCSA

Day Sailer – Arno Buchli Jr. e Silvio Faleiros – ASBAC

Optimist – Olívia Franco – YCSA

Star – Alessandro Pascolato e Henry Boening – YCP

Finn – Ricardo Santos – YCSA

Dingue – Guilherme Menezes e Yasmin Cardoso – ICS

Laser 4.7 – Felipe Fonseca – YCSA

Laser Standard – André Scwarz – YCSA

Laser Radial – Christine Reimer – YCSA

HPE 25 – Espetáculo – Luis Fernando Staub – YCSA

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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