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Sobre as Águas

Ginga é tetracampeão da classe HPE 25 na Semana de Vela de Ilhabela

Antonio Alonso

16/07/2017 11h39

Duelo entre o campeão Ginga (22) e Bond Girl (Marcos Méndez / Sail Station)

O Ginga sobrou na raia para vencer pela quarta vez a Semana de Vela de Ilhabela (SVI) na classe HPE 25. A tripulação do comandante Breno Chvaicer assumiu a liderança no segundo dia de regatas e dominou o campeonato com a expressiva marca de cinco vitórias em dez regatas. Os barcos Fit to Fly e Bond Girl completaram o pódio da mais numerosa entre as classes one design, com uma flotilha de 21 barcos.

"Apesar das cinco vitórias, as regatas foram muito difíceis, disputadas e técnicas devido ao nível elevado dos adversários. O vento e o clima colaboraram com o evento, o que aumentou o prazer de velejar na HPE 25 aqui na ilha", comemorou Chvaicer, que a partir de agosto volta à raia para defender a liderança da temporada na Copa Suzuki, o Circuito Ilhabela de Vela Oceânica.

Com três vitórias em três regatas no segundo dia da competição, o Ginga se tornou o barco a ser batido, impondo ritmo agressivo sobre os adversários, o que inclusive lhe rendeu duas penalidades, porém, sem interferir no desempenho. A tripulação mostrou entrosamento e competência, principalmente nas ultrapassagens realizadas nas pernas de vento em popa. Os títulos anteriores foram conquistados em 2013/14/16.

O proeiro do Ginga, Gabriel Silva, natural de Ilhabela, atribui aos treinos mais recentes a hegemonia do barco na SVI. "Treinamos intensamente entre o Campeonato Brasileiro e a Semana de Vela, mas valeu o esforço. Agora estamos colhendo os frutos". A tripulação ficou em quarto lugar no Brasileiro disputado há um mês também em Ilhabela. O título ficou com o Phoenix. O Ginga tem dois tíitulos nacionais.

Na disputa pela segunda colocação, a briga foi acirrada entre Bond Girl e Fit to Fly, que garantiu o vice-campeonato por vantagem de apenas quatro pontos. "Estou contente porque conseguimos acertar o barco, que parece ter ressuscitado depois que trocamos a vela. O Ginga passeou enquanto os demais barcos velejaram. Vamos dar mais trabalho nos próximos campeonatos", avisou o timoneiro do Bond Girl, Rique Wanderley. O Fit to Fly teve no leme o velejador olímpico Henrique Hadad, o Gigante, representante brasileiro da classe 470 nos Jogos do Rio 2016.

Classe HPE 30 no desempate – Após 11 regatas, Phoenix e Neptunus terminaram a Semana de Vela de Ilhabela empatados com 17 pontos perdidos. A tripulação argentina do Phoenix levou o título no critério do número de vitórias sobre a equipe de André Mirsky (5 a 4). "Esta é minha quarta vez em Ilhabela. Corri as outras três no Mad Max, de Buenos Aires. Saímos da Argentina com quatro graus de temperatura. Aqui (Yacht Club de Ilhabela) está maravilhoso: o clima, a recepção, a canoa de cerveja …", declarou o comandante Julián Somodi, do Phoenix.

A tripulação argentina contou ainda com a experiência de Nacho Giammora, com participação em 14 edições da Semana de Vela de Ilhabela e um dos principais velejadores de oceano do país vizinho. The Punisher (Gualberto Naldi) conquistou a terceira colocação. Carioca Júnior (Roberto Martins) e Manga Wiki (Cláudio Kunze) completaram a flotilha da classe HPE 30.

Classificação da HPE 25 após dez regatas (um descarte)

1 – Ginga (Breno Chvaicer) – 18 pontos perdidos

2 – Fit to Fly (Henrique Hadad) – 33 pp

3 – Bond Girl (Rique Wanderley) – 37 pp

4 – Conquest (Marco Hidalgo) – 54 pp

5 – Dom (pedro Lodovici) – 57 pp

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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