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Sobre as Águas

Entrevista com Daniel Glomb, tático do J70 Bruschetta no Mundial

Antonio Alonso

16/07/2015 14h25

Entre os dias 6 e 11 de julho foi realizado em La Rochelle, na França, o Mundial de J70. A classe, uma das que mais cresce no mundo, conta com uma pequena (mas muito forte) flotilha aqui no Brasil e o time Bruschetta, esteve nas águas francesas em busca do lugar mais alto do pódio. Infelizmente a medalha não veio, mas Maurício Santa Cruz e companhia repetiram o oitavo lugar do ano passado, dentre 78 participantes.

E nesta quinta-feira conversamos rapidinho com o tático Daniel Glob, gaúcho de cabelos vermelhos, que aos 15 anos foi para as Olimpíadas de Atlanta, em 1996, na classe Soling.


Sobre As Águas: Daniel, como foi a participação de vocês na competição?
Daniel Glomb: A nossa expectativa era um desempenho melhor, pois evoluímos consideravelmente a nossa velejada em relação ao ano passado, ganhamos a Bacardi Cup em Miami em março contra os nossos principais concorrentes, inclusive contra o atual campeão mundial, o mexicano Julian Fernandez que tem como tático o americano Bill Hardesty, que concorreu no ano passado ao prêmio de melhor velejador do ano pela ISAF.
Infelizmente tivemos algumas dificuldades no primeiro dia regatas, especialmente após termos sido desclassificados indevidamente na nossa opinião por largar escapado com bandeira preta. Fizemos um pedido de reparação pela desclassificação, pedimos para escutar a gravação da largada com os barcos escapados e mesmo o nosso barco não constando na gravação, não ganhamos a reparação.
Perdendo logo na segunda regata o descarte ficamos em uma situação de risco nas regatas seguintes, tendo que ter maior cautela nas largadas o que acabou nos prejudicando um pouco em função do elevado número de barcos.
Fomos melhorando gradativamente ao longo do campeonato, tivemos a melhor média do dia no último dia de regatas com um 4 e um 8, mas não foi o suficiente para um resultado melhor.

SAA: Quem eram os grandes Adversários?
DG: Além da tripulação campeã Mundial os principais adversários eram a tripulação do americano Tim Healy, bi-campeão Mundial de J24 e Campeão Mundial de J70 em 2014 que terminou em 3º lugar, o Italiano Carlo Alberini que ganhou este ano a Semana de Key West e terminou a Bacardi Cup em terceiro que acabou como vice Campeão Mundial e o Português Hugo Rocha, medalhista olímpico de 470 com o Adam Minoprio na tática (Campeão Mundial de Match Race e que correu as últimas três pernas da VOR na equipe Brunel). Estes terminaram em 12 Lugar.

SAA: Quais foram as condições de velejada?
DG: La Rochelle é um lugar desafiador, muito rondado e com grande influência de maré, amplitude de mais de 6 metros. Salvo no último dia de regatas com ventos de 8 a 12 nós, velejamos com média de 14 a 20 nós de vento e ondas picadas com cerca de 1 metro

SAA: Quais as próximas regatas de J70?
DG: Estamos nos organizando para correr o Europeu em Mônaco em outubro.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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