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Sobre as Águas

Volvo Ocean Race saindo da costa brasileira

Antonio Alonso

27/04/2015 12h15

Volvo Ocean Race

Os barcos que disputam a sexta etapa da Volta ao Mundo sobem o Atlântico rumo aos Estados Unidos e a liderança provisória está nas mãos dos chineses do Dongfeng Race Team

O Brasil é o país que mais está presente na Volvo Ocean Race, pelo menos na questão geográfica. Somos nação com a maior costa do mundo e isso obriga os barcos a permanecer por aqui por mais tempo. Fazendo um cálculo simples – incluindo a descida do Atlântico na primeira etapa, a parada de 17 dias e a atual perna com destino a Newport – as equipes estão no Brasil por mais de um mês.

"Temos um fator decisivo na Volvo Ocean Race. O Brasil é uma parada estratégica depois da perna dos mares do Sul, a mais desgastante. É onde os consertos mais significativos são feitos e onde muitas quebras ocorrem. Além disso, da região Sul ao Nordeste do país, os barcos encontram uma ótima rota para navegar. Sempre digo que a etapa que sobe o Atlântico é como uma corrida de Fórmula 1, com muitas trocas de posições", disse o brasileiro André 'Bochecha' Fonseca, integrante do MAPFRE, que ocupa provisoriamente a segunda posição na etapa atual. A liderança está nas mãos do Dongfeng Race Team.

A sexta etapa sobe o Atlântico na direção dos Estados Unidos e, nesta segunda-feira (27), os barcos devem se despedir da costa brasileira e entrar nos Doldrums – região hemisférica com ventos inconstantes.

A etapa marca, por enquanto, a volta por cima do Dongfeng Race Team. O barco chinês abandonou a última perna após a quebra do mastro. Com um novinho em folha, os asiáticos estão acelerando – mas todo cuidado é pouco.

"O vento é muito instável por aqui. É difícil para os 'nervos' essa situação, pois nada que você ganha agora pode ser comemorado. A Volvo Ocean Race é realmente interessante. A mudança para um barco one-design alterou tudo e tornou a regata ainda mais difícil. O contato permanente com nossos concorrentes é cansativo e estressante", disse o comandante Charles Caudrelier.

Para chegar em Newport, no estado de Rhode Island, as equipes ainda terão a costa caribenha e o frio da costa leste norte-americana. A previsão para o fim da perna varia entre 6 e 8 de maio.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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