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Madrugada pode dar primeira medalha da vela brasileira em Tóquio 2020

Antonio Alonso

02/08/2021 18h38

A regata que definirá a dupla vencedora da classe 49erFX nos Jogos de Tóquio, com as brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze na disputa, foi confirmada para a madrugada desta segunda para terça-feira (3), às 00h15.

As atuais campeãs olímpicas voltam à raia na Baía de Enoshima, após um dia sem provas por falta de vento, com chances de conquistar o primeiro pódio da Equipe Brasileira de Vela em Tóquio.

A regata terá transmissão ao vivo e flashs na programação de Sportv, Globo e BandSports. O canal do Youtube Regras.com também fará os comentários com tracking atualizado. As dez melhores duplas da classe disputarão a medal race, com pontuação dobrada.

O adiamento da última prova favorece as brasileiras, de acordo com Ricardo Lobato, especialista em regatas. Com a passagem da frente fria por Enoshima, nesta segunda-feira, os ventos ficariam muito instáveis.

"A previsão para o horário da regata é de retorno da brisa marítima, com ventos em torno de 10 nós do quadrante sul. São condições em que elas já treinaram e conhecem", explica Ricardo Lobato.

"Mas o desafio será grande devido ao grande equilíbrio na classe".

"Várias velejadoras estão próximas na classificação. Além de vencê-las, Martine e Kahena terão que chegar bem na regata, também."

A medal race terá uma disputa direta entre brasileiras e holandesas. As duas duplas têm a mesma pontuação, mas Annemiek e Bekering estão na liderança pelo critério de desempate. Também estão no páreo Alemanha, Espanha, Grã-Bretanha e Argentina.

No caso de empate na classificação final, o critério de desempate será a melhor colocação na Medal Race.

"Isso não pode acontecer entre as brasileiras e holandesas, porque estão empatadas. Também não acontecerá entre as brasileiras e as duplas da terceira à quinta colocação, pois a Martine e a Kahena estão com pontuação par, enquanto as outras estão com pontuação ímpar".

"Só poderia acontecer entre Brasil e Argentina", explicou Walter Boddener, diretor da Confederação Brasileira de Vela.

Mais duplas brasileiras na medal race

Outra dupla da Equipe Brasileira de Vela disputará a medal race nesta madrugada. Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino vão para a prova final em Tóquio em 10º lugar, sem chances matemáticas de pódio.

A retomada das disputas na vela também será decisiva para as classes 470 masculina e feminina, que farão duas regatas para definir os dez finalistas na medal race.

Entre os brasileiros, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan estão em sétimo lugar, 25 pontos atrás da dupla francesa, terceira colocada. Já Henrique Haddad e Bruno Bethlen ocupam o 15º lugar.

Competição encerrada

Outros velejadores da Equipe Brasileira de Vela já se despediram dos Jogos de Tóquio. Maior vencedor do esporte no olímpico brasileiro, Robert Scheidt encerrou sua sétima participação em Olimpíadas com a oitava colocação na Laser, após a disputa da medal race.

Patrícia Freitas também chegou à regata da medalha entre as melhores do mundo na RS:X, e finalizou na 10ª posição. Jorge Zarif ficou com o 14º lugar na classe Finn. E a dupla Marco Grael e Gabriel Borges, da 49er, terminou em 16º.

Resultados oficiais

https://tokyo2020.sailing.org/results-centre/

Foto: © Sailing Energy / World Sailing)

Texto: CBVela e On Board Sports

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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