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Sobre as Águas

TJV fora do Brasil; Vai para Martinica

Antonio Alonso

11/02/2021 14h31

Após quatro edições seguidas desembarcando no Brasil, a regata Transat Jacques Vabre Normandia Le Havre muda o destino para a temporada 2021.

Desta vez, a maior prova em duplas do mundo saíra de Le Havre, na França, com destino à ilha caribenha de Martinica.

Apesar de tratativas com cidades como Ilhabela (SP), Salvador (BA) e Recife (PE), os donos do evento esportivo resolveram mudar de ares.

A regata parou no Brasil por várias edições e nas últimas quatro de maneira seguida, como em Itajai (SC) nos anos de 2013 e 2015, e em Salvador (BA) em 2017 e 2019.

A largada da Transat Jacques Vabre será em 7 de novembro em direção a Fort-de-France e contará com mudanças.

A organização escolheu percursos diferentes para as classes inscritas: Ultime, Multi50, IMOCA é Class40.

O Multi50s e o IMOCA farão uma rota comum em direção ao arquipélago brasileiro de Fernando de Noronha, como uma homenagem ao destino histórico da prova.

O loop total é de 5.800 milhas.

Esses barcos vão cruzar a Linha do Equador duas vezes e, portanto, os lentos Doldrums, embora a segunda passagem, mais a oeste, deva ser menos arriscada.

Os Multi50s são os primeiros esperados em Fort-de-France, em 12 a 15 dias. A Imoca, devem demorar de 14 a 17 dias.

O caminho da Class40 será o mais curto em distância: 4.600 milhas. Os 40 pes terão de deixar a ilha do Sal, a estibordo, em Cabo Verde, antes de se dirigirem para leste em direção à Martinica.

Esses veleiros não passarão do Doldrums ou do Equador. A rota Class40 deve ser concluída em 17 a 22 dias.

Por fim, o percurso do Ultime, os barcos mais rápidos do circuito, vai ser necessariamente o mais longo: 7.500 milhas.

O waypoint a contornar é representado por outro arquipélago brasileiro de Trindade e Martim Vaz.

Novamente, será necessário dobrar a passagem do Equador. A chegada é esperada após 16 a 17 dias.

"É uma mudança significativa. Antes, os barcos faziam o mesmo percurso, com diferenças de chegada muito espaçadas".

"A alteração no percurso prioriza as características das classes".

"A Ultime, por exemplo, que volta ao calendário da Transat Jacques Vabre, irá contornar uma ilha significativa no País, a de Trindade, que já recebeu uma regata tradicional como a Eldorado Brasilis", disse Flávio Perez, jornalista especializado em vela.

A classe IMOCA, uma das inscritas na regata francesa, está em outras grandes do mundo como Vendée Globe (ainda em curso) e The Ocean Race.

O Brasil inscreveu um barco para a disputa da Volta ao Mundo, antiga Volvo Ocean Race, na categoria dos 60 pés e por enquanto a equipe é batizada de Team SC Brasil.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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