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Sobre as Águas

Fã da vela conclui desafio inusitado de paddleboard

Antonio Alonso

27/08/2017 16h11

 

Foto: Carla Falleiros

 

O atleta Patrick Winckler conquistou, recentemente, uma façanha inédita. Ele foi o primeiro residente do Brasil a concluir a tradicional Travessia de Molokai à Oahu (M2O), no Havaí. A prova é considerada a maior travessia de paddleboard do mundo, são 32 milhas náuticas de uma ilha à outra.

"Terminei a prova em 8 horas 24 minutos e 35 centésimos, fui o único brasileiro residente do país à concluir o trajeto na categoria solo, terminando na sexta colocação da categoria 30-39 anos. Estava fisicamente ótimo, minha preparação e meu polimento foram perfeitos, tecnicamente estava bem e o que faltou foi a experiência de downwind (remar na mesma direção que o vento aponta). Portanto, no final, principalmente as últimas 10 milhas, foram literalmente no braço".

E o que o paddle tem a ver com a vela?

"O paddleboard tem algumas similaridades com a vela como: ambos são praticados na água e ambos procuram buscar mais velocidade através do vento. Para correr de paddle, é preciso ter técnicas de navegação. São duas posições técnicas: a posição pronada (utilizando os joelhos) com os braços simultâneos e a posição deitada , com os braços alternados. Em ambas as posições é necessário utilizar as mãos para realizar as curvas, como se fosse o leme".

Patrick também já teve aulas de vela na Guarapiranga e, segundo ele, velejar é uma emoção indescritível. "No futuro pretendo inserir a vela, com uma das modalidades aquáticas que pratico por lazer", disse o waterman que também da dicas para enfrentar o vento. "No caso de remar contra o vento, é melhor utilizar a posição deitada na prancha com os braços internados, assim a resistência contra o vento é menor".

A prova no Hawaii começou na praia Kaluakoi, costa norte de Moloka'i e terminou em Maunalua Bay, na costa sul de O'ahu. "Nas primeiras três horas de prova a maré estava à favor e tudo parecia caminhar para uma prova tranquila, mas na parte contra correnteza tivemos que enfrentar um mar bastante agitado e difícil para sair do lugar, ainda mais no trecho denominado "china wall". Me levei ao extremo, mas terminei a prova com a sensação de dever cumprido. Vibrei, rezei, chorei e completei, tudo com a ajuda da atleta de canoa havaiana, Jane Mckee, que atuou na minha orientação e nutrição".

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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