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Volvo Ocean Race promove mudanças na função de repórter a bordo

Antonio Alonso

20/10/2016 18h14

Yann Riou / Dongfeng Race Team / Volvo Ocean Race

Yann Riou / Dongfeng Race Team / Volvo Ocean Race

ALICANTE, Espanha – A Volvo Ocean Race começa repaginar o conceito do repórter a bordo para a edição 2017-18, que terá início em outubro do ano que vem. A organização terá um esquadrão de jornalistas multimídia disponível para toda a flotilha ao contrário da temporada passada onde os OBR (sigla em inglês da função) eram exclusivos das equipes.

Os profissionais de mídia serão mais flexíveis e a decisão será feita etapa por etapa. "Queremos ter mais de um estilo de OBR para as equipes. Eles serão treinados para esse papel. Queremos fazer igual a um repórter de guerra cobrindo o conflito na linha de frente", disse o CEO da Volvo Ocean Race, Mark Turner.

"Ter repórteres dedicados a bordo nos barcos inseridos na ação foi um passo inovador quando foi introduzido pela primeira vez na edição de 2008-09. Agora é hora de evoluir. Seu único trabalho será contar a história da equipe de maneira mais precisa. Acho que só compartilhamos até agora 5% do que se passa a bordo. A ideia é chegar a 15%. Queremos passar a informação mais rapidamente possível, sem deixar de ter equilíbrio".

De acordo com o chefe de TV da Volvo Ocean Race, Leon Sefton, a mudança é fundamental na forma como esse conteúdo é colhido a bordo. "Os OBR não serão capazes de criar vínculo de longo prazo com suas equipes. Poderíamos perder oportunidades de contar histórias interessantes com esse tipo de relacionamento. Rodando os profissionais acreditamos que eles possam fazer realmente o papel do jornalista".

O processo de treinamento dos OBR já foi iniciado pela Volvo Ocean Race. O grupo foi fechado em setembro após análise dos currículos. Profissionais de 126 países mandaram seus currículos, incluindo repórteres de guerra, aventura, documentaristas e outros mais.

Os barcos Volvo Ocean 65 têm equipamentos de alto nível para gerar e transmitir conteúdo dos pontos mais distantes do oceano via-satélite fornecidos pela Cobham SATCOM e Inmarsat.

Os veleiros estão sendo readequados para a próxima edição no estaleiro naval da regata em Lisboa, Portugal. Todos os barcos vão ter mais dois novos ângulos de câmera fixa, levando o total para seis posições de imagens. Cada OBR terá acesso adicional à câmeras de visão noturna e de ação, enquanto os drones e as máquinas para gerar imagem em 360 graus também serão usados.

"Nós fomos os primeiros a usar drones nos oceanos para gerar conteúdo na edição 2014-15. Além disso, inovamos ao colocar imagens em 360 graus diretamente dos oceanos e transmitimos ao vivo a sondagem do Cabo Horn. Vamos continuar a inovar" disse Sefton.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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