Topo

Sobre as Águas

C30 Katana Portobello: campeão da Semana de Vela e do GP

Antonio Alonso

13/07/2016 15h55

Equilíbrio na C30 em Ilhabela (Marcos Méndez / SailStation)

Equilíbrio na C30 em Ilhabela (Marcos Méndez / SailStation)

O barco Katana Portobello, do Iate Clube de Santa Catarina, conquistou dois títulos e um vice-campeonato na classe C30 em apenas cinco dias, na 43ª Semana de Vela de Ilhabela. Foi campeão do Grand Prix na terça-feira (5/7), vice-campeão brasileiro três dias depois e completou a coleção com medalha de ouro na Semana de Vela, encerrada neste sábado (9) na Capital Nacional da Vela.

O comandante César Gomes trouxe a Ilhabela sua experiência adquirida nas regatas da classe Melges 20 disputadas em Miami, onde residiu durante nove anos, até 2015. "É gratificante vencer em uma classe tão equilibrada devido ao elevado nível de todas as tripulações. Principalmente correndo ao lado de amigos brasileiros e norte-americanos que formaram nossa entrosada equipe", festejou o comandante campeão, que teve menos de um ano para se adaptar ao Katana.

Também de Florianópolis, o Zeus Sailing Team conquistou o Campeonato Brasileiro de C30 e o vice na Semana de Vela, mostrando que a frequência de regatas e treinos faz a diferença. "Saímos para velejar pelo menos uma vez por mês. Manter a tripulação unida é fundamental. Vencemos em Ilhabela em 2014, mas neste ano foi muito mais difícil. Os velejadores estão mais bem preparados e a classe cresceu demais. Está em evidência na vela oceânica", comentou o comandante do Zeus, Inácio Vandersen.

Bronze suado – O barco Caiçara, comandado por Marcos de Oliveira César foi o representante paulista no pódio da Semana de Vela. Mesmo acostumada às raias de Ilhabela, a tripulação local teve de brigar com todas as forças pelas medalhas de bronze. "Se alguém da C30 disser que foi fácil, pode ter certeza que não é verdade. Com ventos rondados, se você parar para respirar pode ser ultrapassado. Foi emocionante até o último dia com quatro barcos podendo chegar ao título", analisou o comandante Marcos.

Apesar das vitórias em quatro das onze regatas disputadas ao longo da semana, o Caballo Loco, de Ubatuba, comandado por Mauro Dottori acabou na quarta colocação, ratificando o equilíbrio na classe C30. "Tivemos regatas com calmaria, ventos médios e fortes, um teste autêntico para as tripulações. Os campeonatos foram muito bem organizados graças ao empenho da Comissão de Regatas e do Marcos César (Caiçara). Quero agradecê-los e aproveito para parabenizar o Cesinha (Cesar Gomes) e o Zeus, comprovando que o Sul é um celeiro de velejadores. Aliás, todos os comandantes demonstraram que têm a C30 na veia", enalteceu o timoneiro do Caballo Loco.

Disputaram Semana de Vela, Grand Prix e Campeonato Brasileiro: Caballo Loco (Mauro Dottori), Caiçara (Marcos de Oliveira César), Loyal (Marcelo Massa), Kaikias (Felipe Echenique), Barracuda (Humberto Diniz) e +Realizado (José Luiz Apud), todos de São Paulo, além dos dois barcos de Florianópolis: Zeus (Inácio Vandersen) e Katana (Cesar Gomes).

Semana de Vela de Ilhabela 

1. Katana Portobello (César Gomes Neto) – 28 pontos perdidos
2. Zeus Sailing Team (Inácio Vandersen) – 33 pp
3. Caiçara (Marcos de Oliveira César) – 34 pp

Campeonato Brasileiro
1. Zeus Sailing Team
2. Katana Portobello
3. Caballo Loco (Mauro Dotori)

Grand Prix C30
1. Katana Portobello
2. Caiçara
3. Loyal (Marcelo Massa)

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

Blog Sobre as Águas