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Barco de brasileiro veleja no escuro, após perder comunicação com a central

Antonio Alonso

16/02/2015 16h24

Volvo Ocean Race

O barco espanhol MAPFRE está praticamente sem comunicação durante quase três dias durante a travessia da quarta etapa da Volvo Ocean Race. Um problema a bordo impede a equipe, que tem o brasileiro André 'Bochecha' Fonseca, de receber dados importantes para o andamento da regata, como previsão do tempo. O Controle da Regata foi alertado sobre a situação no fim de semana e, desde então, trabalha com os seus fornecedores para encontrar uma solução.

Gonzalo Infante, que dirige o departamento, disse nesta segunda-feira (16) que não estava claro exatamente o que causou o problema na transmissão. "Nós ainda podemos enviar e receber mensagens de texto simples, mas não é possível enviar dados meteorológicos detalhados. Isso tem impactado a sua capacidade de tomar decisões estratégicas – eles estão navegando às cegas", disse Gonzalo Infante.

Direto da sala de controle, Gonzalo Infante disse que os fornecedores de hardware e software de comunicações do barco buscam diagnóstico e correção. O repórter a bordo do MAPFRE, Francisco Vignale, escreveu direto do Oceano Pacífico: "Nós só temos e-mail funcionando. O trabalho de Jean Luc Nélias, nosso navegador, é muito limitado. Não podemos prever e nem executar estratégias de rota". O Sat C funciona ainda e é usado para transmissão mais básica.

Além disso, a tripulação é incapaz de enviar imagens ou vídeos, que têm mantido seus muitos fãs sem atualização do progresso do barco. Vignale acrescentou: "Estamos todos bem, apesar de não dar para falar nossas famílias. Cada um de nós deseja enviar apenas um 'oi'. Esperamos resolver este problema o mais rapidamente possível – ainda há um longo caminho a percorrer nesta perna".

Apesar de seus desafios, o MAPFRE está na briga pelo pódio, ocupando a terceira colocação após a atualização do início da tarde. A etapa é liderada pelo Team Brunel, que adotou a melhor estratégia de ir mais a norte. Atrás está o Abu Dhabi. A passagem pelos Doldrums pode mudar as cartas da perna entre a China e a Nova Zelândia.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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