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Juliana Duque bota moral no Brasileiro de Snipe

Antonio Alonso

28/01/2015 22h22

A baianinha Juliana Duque deixou mais de 60 marmanjos para trás e venceu a única regata desta quarta-feira no Campeonato Brasileiro de Snipe, em Brasília. Juliana Duque é uma das sete timoneiras na flotilha de 71 barcos neste campeonato. Desde pequena ela se dividia entre o Optimist e a classe que é o xodó dos brasileiros. Numa raia com feras como Xandi Paradeda, Santinha, Ivan Pimentel e até o gringo Manu Hens, eleito velejador do ano da classe Snipe, Juliana Duque e o proeiro Eduardo Carvalho deixaram todos para trás. Quem lidera a competição é Xandi Paradeda e Lucas Aydos.

Fiquem com imagem e texto de Kiko Moura, da pioneira Bóia 1:

Juliana Duque venceu a única regata do dia. Foto: Kiko Moura/Bóia 1

O segundo dia de regatas do 66º Campeonato Brasileiro da Classe Snipe, nesta quarta-feira (28), foi especial para a flotilha baiana, representada exclusivamente por velejadores do Yacht Clube da Bahia. Logo pela manhã, durante a Assembleia Geral da classe, Salvador/BA foi ratificada como sede da próxima edição da competição em 2016. Poucas horas depois a dupla baiana Juliana Duque / Eduardo Carvalho venceu a única prova do dia e, para completar, os também baianos Mateus Tavares e Gustavo Carvalho assumiram a vice-liderança na classificação geral.

O início do dia completamente sem vento e com forte calor levou Fernando Madureira, Secretário Nacional da Classe Snipe, a adiantar a realização da Assembleia Geral, inicialmente prevista para as 18h. Na reunião, além de assuntos administrativos e da escolha da capital baiana como sede da 67ª edição, foi escolhida Ilhabela/SP para o evento de 2017 em detrimento de Vitória/ES, após uma apertada votação entre os capitães-de-flotilha, com placar de 8 x 6. Cabe agora aos caiçaras se adequarem ao caderno de encargos da classe para terem homologado seu pleito na assembleia do próximo Campeonato Brasileiro.

Enquanto transcorria a assembleia, por volta das 11h, o vento apareceu e preencheu toda a raia Norte do lago Paranoá. Por isso, assim que a votação foi concluída, a Comissão Regatas convocou todos os velejadores para a disputa da primeira prova do dia. Sob ventos muito parecidos com os do primeiro dia, entre 4 e 8 nós, foi disputada mais uma regata barla-sota com cinco pernas. Ao final do percurso, a dupla Maurício Santa Cruz / Alexandre Muto, do Iate Clube do Rio de Janeiro, foi a primeira a cruzar a linha de chegada mas não venceu. Ao lado de outras quatro duplas os cariocas largaram escapados sob Bandeira Preta e foram penalizados com a desclassificação da prova. Bom para Juliana Duque e Eduardo Carvalho que herdaram a vitória após cruzarem em segundo por uma diferença mínima. Mas foi melhor ainda para os seus colegas de clube Mateus Tavares e Gustavo Carvalho. Com a desclassificação de um adversário direto na disputa pelo título, eles assumiram a vice-liderança com 15 pontos perdidos, após um segundo lugar no prova do dia.

Na classificação geral a liderança permanece com os gaúchos Alexandre Paradeda / Lucas Huyer Aydos, do Clube dos Jangadeiros, com apenas 8 pontos perdidos após três provas. Xandi e Lucas se recuperaram de uma largada discreta e conseguiram terminar a terceira regata da série na quarta colocação. Em terceiro, no geral, aparece a dupla mista Manu Hens / Maj Borgen, representante da Bélgica, com 22 pontos perdidos. Hens e Borgen novamente fizeram uma regata bastante consistente e, sem se arriscarem muito, conquistaram um bom quinto lugar, o melhor resultado da dupla até o momento.

Após uma tentativa frustrada de realização da quarta regata da série, anulada por falta de condições técnicas, a programação do dia foi encerrada com um belo churrasco oferecido pelo Iate Clube de Brasília, clube organizador do evento.

O 66º Campeonato Brasileiro da Classe Snipe apoiado pela CBVela, North Sails, Ocean Blue e NautiSpecial, prossegue nesta quinta-feira (29), com a realização de até três provas. Duas previamente programadas mais uma de hoje, que ficou em atraso.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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