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Scheidt, único campeão mundial da Laser em Santander

Antonio Alonso

11/09/2014 17h34

Scheidt: onze vezes campeão mundial

Scheidt: onze vezes campeão mundial (Fred Hoffmann)

Entre os 150 velejadores da Laser na disputa do Mundial de Vela de Santander, na Espanha, apenas Robert Scheidt já teve o privilégio de conquistar o título. Foram onze no total, o último no final de 2013, em Omã, aos 40 anos, o que dá a condição de atual campeão. A experiência acumulada em tantas conquistas confere ao brasileiro uma vantagem sobre os adversários. Mas Scheidt não se vê como favorito, e elege o australiano Tom Burton e o croata Tonci Stipanovic como principais candidatos ao topo do pódio. A disputa tem início nesta sexta-feira (12).

"A experiência de vencer o Mundial onze vezes é muito positiva para mim. Mas acho que esta será a primeira vez que não chego à competição como franco favorito. No retrospecto desta temporada, o Tom Burton é o que está mais próximo do pódio. Ele venceu alguns dos principais eventos do ano, vem velejando muito bem", aponta Scheidt, dono de cinco medalhas olímpicas (dois ouros, duas pratas e um bronze) e 14 títulos mundiais, entre Laser e Star.

O velejador australiano venceu as duas últimas etapas da Copa do Mundo de Vela, em Palma de Mallorca, na Espanha, e em Hyères, França, além do Aquece Rio International Regatta, primeiro evento-teste para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. "O Tonci Stipanovic (atual nº 1 do mundo na Laser), o britânico Nick Thompson e o holandês, o Rutger Van Schaardenburg, também estão muito rápidos", lembra Scheidt, patrocinado pelo Banco do Brasil, Rolex e Deloitte, com os apoios de Audi, COB e CBVela.

Mesmo sem assumir o favoritismo, o brasileiro garante que está pronto para conquistar mais um ouro no Mundial. "Aos 41 anos, tenho mais tempo de vela do que alguns dos adversários têm de vida. Minha mentalidade sempre foi entrar na regata e dar um pouco a mais do que os outros velejadores. Aquele extra que faz a diferença", destaca.

O Mundial de Vela de Santander segue o formato dos eventos olímpicos, com dez regatas distribuídas entre as fases classificatória e final, com a possibilidade de descarte do pior resultado. Os dez mais bem colocados seguem para a medal race, no dia 18, valendo pontos dobrados. Na classe Laser, maior flotilha do Mundial, além de Scheidt, o Brasil conta com Bruno Fontes e Alex Veeren.

Vencedor em Omã, aos 40 anos (Steve Mitchell)

Vencedor em Omã, aos 40 anos (Steve Mitchell)

Campanha de Robert Scheidt na temporada 2014

Ouro na Copa Brasil – Niterói (BRA), janeiro
Prata na etapa de Miami Copa do Mundo de Vela – Miami (USA), fevereiro
9º na etapa de Palma de Mallorca da Copa do Mundo de Vela – Palma de Mallorca (ESP), abril
4º na etapa de Hyères da Copa do Mundo de Vela – Hyères (FRA), abril
Ouro na Semana Olímpica de Garda Trentino – Garda (ITA), maio
5º no Europeu de Vela – Split (CRO), junho
Ouro no Sudeste Brasileiro de Laser – Rio de Janeiro (BRA), julho
4º no Aquece Rio International Regatta – Rio de Janeiro (BRA), agosto

Maior atleta olímpico brasileiro

Laser
Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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