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Scheidt: pronto para defender o título em Santander

Antonio Alonso

10/09/2014 11h55

Últimos treinos em Santander (Fred Hoffmann)

Últimos treinos em Santander (Fred Hoffmann)

Já na Espanha para o Mundial de Vela de Santander, seu principal objetivo nesta temporada, Robert Scheidt garante que está pronto para defender o título conquistado no ano passado, em Omã. Onze vezes campeão mundial na classe Laser, o velejador faz nesta semana os últimos treinos na raia da competição, que terá início nesta sexta-feira (12).

"Cheguei a Santander na semana passada. Foram cinco dias de treinos intensos, com ventos variando de fracos a médios. A maior parte dos atletas também já está aqui. Pudemos fazer várias regatas-treino. Tem sido ótimo", conta Scheidt, maior atleta olímpico brasileiro, com cinco medalhas (dois ouros, duas pratas e um bronze) e 14 títulos mundiais, entre Laser e Star. "Ainda havia algumas análises para fazer sobre as condições da raia, que tem correnteza bem forte e variável, mas agora estou pronto."

O brasileiro deixou o Aquece Rio International Regatta, primeiro evento-teste para a Olimpíada de 2016, em agosto, com o quarto lugar e uma tendinite no ombro. De volta à Itália, seguiu um período de repouso e treinos mais leves, antes de desembarcar na Espanha. Recuperado, almeja estrear na mais importante competição do ano em sua melhor forma.

"Eu estou muito confiante, porque é uma competição em que costumo reagir bem. Houve temporadas em que não fui tão bem em alguns campeonatos e quando chegou o Mundial a situação mudou", lembra o brasileiro, patrocinado pelo Banco do Brasil, Rolex e Deloitte, com os apoios de Audi, COB e CBVela.

A disputa do Mundial de Vela de Santander segue o formato dos eventos olímpicos, com dez regatas distribuídas entre as fases classificatória e final, com a possibilidade de descarte do pior resultado. Os dez mais bem colocados seguem para a medal race, no dia 18, valendo pontos dobrados. Na classe Laser, estão inscritos 150 competidores. Além de Scheidt, estarão presentes outros fortes candidatos ao pódio, como o australiano Tom Burton, número 1 do ranking mundial da classe, e o croata Tonci Stipanovic, campeão europeu da classe.

Campanha de Robert Scheidt na temporada 2014

Ouro na Copa Brasil – Niterói (BRA), janeiro
Prata na etapa de Miami Copa do Mundo de Vela – Miami (USA), fevereiro
9º na etapa de Palma de Mallorca da Copa do Mundo de Vela – Palma de Mallorca (ESP), abril
4º na etapa de Hyères da Copa do Mundo de Vela – Hyères (FRA), abril
Ouro na Semana Olímpica de Garda Trentino – Garda (ITA), maio
5º no Europeu de Vela – Split (CRO), junho
Ouro no Sudeste Brasileiro de Laser – Rio de Janeiro (BRA), julho
4º no Aquece Rio International Regatta – Rio de Janeiro (BRA), agosto

Maior atleta olímpico brasileiro

Laser
Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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