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Campeão em Florianópolis, velejador olímpico Bochecha enaltece força da C30

Antonio Alonso

05/03/2020 13h44

André Fonseca, o Bochecha, tático do Caballo Loco (Aline Bassi / Balaio de Ideias)

Representar o Brasil em três edições dos Jogos Olímpicos e competir três vezes na Volvo Ocean Race, principal regata volta ao mundo do planeta, fazem do catarinense André Fonseca, o Bochecha, de 42 anos, um velejador completo. A experiência obtida nos sete mares fez a diferença no 31º Circuito Oceânico de Santa Catarina, em que contribuiu de forma direta para levar o Caballo Loco, de Ilhabela, a um título inéditona competitiva Classe C30.

Às vésperas das regatas disputadas em fevereiro, em Florianópolis, o comandante do Caballo Loco, Mauro Dottori, convidou Bochecha para a vaga do timoneiro Tommy Sumner. O velejador dividiu a função de tático com George Nehm, o Dodão, enquanto coube a Dottori a árdua tarefa de assumir o leme da embarcação nas raias de Jurerê, sede oceânica do Veleiros da Ilha.

Com sete tripulações muito bem treinadas, a C30 se estabeleceu como a classe one design mais numerosa da competição. "Conseguimos deixar o barco rápido nas regatas barla-sotas e também na prova de percurso. Em uma classe tão parelha, acertar a regulagem das velas para extrair máxima velocidade do barco, faz toda a diferença. Para quem não estava acostumado com a função, o Mauro se virou muito bem no leme", elogiou Bochecha.

Para chegar ao título, a tripulação do Caballo Loco superou equipes como a do Kaikias Maserati, também de Ilhabela, atual campeão brasileiro da Classe C30, o tetracampeão nacional Loyalty, de Porto Alegre, com o tático Fábio Pillar, o Cachopa, além da força da flotilha catarinense formada por Zeus Team, Katana Portobello, Corta Vento e Le Terrible. A competição ainda foi válida pela primeira etapa do Campeonato Brasileiro de C30.

"O Circuito de Santa Catarina foi um belo gol da C30. Estivemos perto do número máximo de barcos (nove). A entrada do Frederico (Le Terrible) motivou a classe. Apesar das trocas recentes de comandantes a C30 manteve sua força. Neste ano, sem o horário de verão, o vento entrou mais cedo e as regatas se tornaram mais técnicas devido ao alto nível dos tripulantes e ao investimento em equipamentos de ponta. Vamos ver se a classe repete o show na Semana de Vela de Ilhabela", desejou Bochecha.

Em julho, a incluirá a segunda e última etapa do Brasileiro de C30 no litoral paulista. Medalha de bronze com o barco Brasil 1 na Volvo Volta ao Mundo 2005/2006, Bochecha manter-se-á à disposição da tripulação do Caballo Loco ao longo da temporada, para a eventual vaga de algum tripulante nas regatas em Ilhabela. "Estarei sempre a postos. Como um coringa". A primeira etapa da 20ª Copa Suzuki – Circuito Ilhabela de Vela Oceânica – será aberta em 14 e 15 de março com sede no Yacht Club Ilhabela (YCI).

Classe C30 no Circuito Santa Catarina (6 regatas e 1 descarte)

1 – Caballo Loco (Mauro Dottori): 2+2+1+2+1+(8) = 8 pontos perdidos

2 – Kaikias Maserati (Eduardo Mangabeira): 1+(8)+3+1+2+4 = 11 pp

3 – Loyalty (Alexandre Leal): 3+1+(5)+3+4+3 = 14 pp

4 – Zeus Team (Inácio Vandresen): 4+(8)+2+6+3+1 = 18 pp

5 – Le Terrible (Frederico Didone): (7)+3+7+4+6+2 = 22 pp

6 – Corta Vento (Carlos Augusto de Matos): 6+(8)+6+5+5+5 = 27 pp

7 – Katana Portobello (Cesar Gomes Neto): 5+(8)+4+8+8+8 = 33 pp

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Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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