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Oportunidades e ameaças para cruzar o Hemisfério

Antonio Alonso

15/02/2018 17h18

Leg 6 to Auckland, day 09 on board Brunel. 15 February, 2018. Alberto Bolzan at the helm, Carlo Huisman at the main, and Andrew Cape.

Momento de decisão na sexta etapa da Volvo Ocean Race 2017-18. Os seis barcos que disputam a Regata entre Hong Kong e Auckland (Nova Zelândia) se aproximam de cruzar a Linha do Equador e descer com velocidade ao sul.

A maior dificuldade para as equipes será entrar na calmaria dos Doldrums, que são complicados de atravessar bem no limite entre os hemisférios.

Pelo terceiro dia seguido, o team AkzoNobel, que tem a campeã olímpica Martine Grael a bordo, segue mais rápido que os demais.

Para o comandante do AkzoNobel, Simeon Tienpont, a regata será um perde e ganha nos próximos dias. "É um grande desafio para nós estar na liderança.  Nós fazemos as escolhas de percurso e os que estão atrás podem ver se elas funcionam ou não. Os modelos climáticos não contabilizam os efeitos reais, de modo que esse é um ponto vulnerável para nós".

Leg 6 to Auckland, day 09 on board MAPFRE, Louis Sinclair at the aft Pedestal. 15 February, 2018.

Como sempre, a transição para o hemisfério sul oferece oportunidades para alguns e ameaça para os outros.

Depois de perder a liderança, a equipe do SHK / Scallywag, que está mais para o oeste, sofre pra ganhar milhas.

O barco de Hong Kong caiu do segundo para o quinto lugar e viu o líder AkzoNobel abrir mais de 50 milhas náuticas.

O comandante do Scallywag, David Witt, espera mudanças. "Será interessante ver se alguém coloca sua proa para cima ou para baixo para tentar mudar sua posição".

O objetivo, como sempre, é ser o primeiro a sofrer os efeitos dos Doldrums e também ser o primeiro a sair de lá rumo aos ventos alísios.

Na prática, os velejadores sentem os efeitos de navegar perto dos hemisférios. Calor e muito vento dão o tom.

Leg 6 to Auckland, day 09 on board AkzoNobel, Simeon looking streesed in light airs. 15 February, 2018.

"É muito horrível aqui. Muito difícil de dormir. A temperatura da água é de quase 30 graus, por isso é bastante quente por dentro", contou o velejador do  Team Brunel, Kyle Langford. "É difícil ficar normal. E, além disso, o barco está sendo jogado em 30 nós de vento. É muito desconfortável.

"Lá fora é melhor, mas não muito. O pior é a água salgada, que queima os olhos. Todos estamos usando óculos de esqui. Mas o bom é que estamos fazendo milhas rapidamente. São condições difíceis, mas rápidas.

A previsão mais próxima de chegada ao porto de Auckland indica 25 de fevereiro.

O MAPFRE lidera a classificação geral com Dongfeng Race Team em segundo lugar. O AkzoNobel de Martine Grael é o sexto na tabela.

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Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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