Inédito Sudeste Brasileiro de Snipe terá 50 barcos no YCP neste feriado
Antonio Alonso
27/04/2017 13h41
Flotilha de Snipe na Guarapiranga (Douglas Moreira / Fisheye Image)
O Yacht Club Paulista (YCP) está preparado para receber cerca de 50 embarcações neste fim de semana prolongado (29/4 a 1º/5) na primeira edição do Campeonato Sudeste Brasileiro da Classe Snipe. Além da flotilha dos clubes náuticos da Represa Guarapiranga, local do evento, a competição reunirá barcos de Ilhabela, Santos e Rio de Janeiro. Estão previstas duas regatas por dia, com largadas às 13h00 e um descarte a partir da quinta prova.
A classe Snipe, ao lado da Laser, tem sido regularmente a mais numerosa na Copa Paulista, ex-Copa YCP, com cerca de 20 duplas inscritas a cada etapa. O último Campeonato Paulista da classe na Guarapiranga, contou com 40 barcos em 2015. Ano passado em Ilhabela, foram 30 inscritos, enquanto o Brasileiro deste ano, em janeiro também na Ilha, reuniu 68 tripulações.
O Sudeste Brasileiro foi criado para suprir a necessidade dos "snipistas" desta região do País, em ter seu próprio campeonato, afirma o coordenador da Snipe São Paulo, Alonso Lopez. "Há alguns anos São Paulo participava de um outro regional, o Sul-Brasileiro, destinado mais especificamente aos três estados do Sul. A intenção da classe agora, é ter uma competição que envolva São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo".
A recente evolução da classe Snipe no Estado de São Paulo passa pela estrutura do Yacht Club Paulista, conforme constata Lopez, também velejador do YCP. "O momento é muito importante para nós da Snipe, devido à intensa movimentação que a classe adquiriu nos últimos três anos. Há quatro ou cinco anos, tínhamos meia-dúzia de barcos nas regatas da represa. A criação da Copa YCP em 2015, hoje Copa Paulista, promoveu a classe, elevando o número de barcos e o nível técnico das regatas, o que nos levou a idealizar o Sudeste Brasileiro".
Troféu transitório Bibi Juetz – A lendária velejadora de Snipe, Bibi Juetz, pioneira da classe e associada do YCP nas décadas de 50, 60, 70 e 80, autorizou a Classe Snipe São Paulo a estampar seu nome no troféu transitório do Campeonato Sudeste Brasileiro, que adotará rodízio entre as cidades-sede: São Paulo, Santos, Ilhabela e Vitória (ES).
Campeã Mundial Masters em 1998 com Felipe Vasconcellos, Bibi começou a velejar aos sete anos com seu pai, em um 20 Metros. Em 1948 no Rio de Janeiro, velejou pela primeira vez de Snipe. Aos 83 anos, além de dar nome ao troféu, Bibi contemplará os participantes do inédito Sudeste Brasileiro com sua presença no Yacht Club Paulista.
A consagrada história da vela no Brasil passa pela classe Snipe. A dupla Axel e Erik Schmidt conquistou o tricampeonato mundial em 1961, 63 e 65, respectivamente nos Estados Unidos, França e Ilhas Canárias. Em 1983 Torben Grael venceu o Mundial no Porto (POR) com seu irmão Lars e repetiu a proeza em 1987 em La Rochelle (FRA).
Sobre o Autor
Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.
Sobre o Blog
A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.