Chineses montam estratégia para trocar mastro quebrado
Antonio Alonso
08/04/2015 19h01
Equipe do Dongfeng define logística para repor o mastro e deixar tudo pronto antes da largada para os Estados Unidos
O time chinês Dongfeng Race Team é o único barco que ainda não chegou ao Brasil nesta quinta etapa da Volvo Ocean Race. O veleiro teve o mastro quebrado na aproximação ao Cabo Horn e foi obrigado a abandonar a etapa. Com velocidade reduzida e navegando a motor, os chineses correm contra o tempo para solucionar o problema antes da largada para a próxima perna, entre o Brasil e os Estados Unidos.
São dois fatos fatores que exigem maior atenção dos gestores do Dongfeng Race Team. O primeiro é o tempo de chegada do barco a Itajaí. O segundo é a logística de transporte do mastro, que será colocado em um avião em Dubai com destino São Paulo (SP). A previsão é que mastro e barco estejam em Itajaí (SC) até no início da próxima segunda (13). Se tudo correr de acordo, o Dongfeng pode ir para água quinta-feira (16).
"Se a gente não largar a sexta etapa será o fim do projeto", disse Bruno Dubois, diretor da campanha do Dongfeng. "Estamos em segundo lugar na competição, algo que ninguém poderia imaginar no começo do campeonato. E olha que acabamos de perder o mastro. Estamos com sorte, mas não podemos cometer mais erros. Os outros estão batendo em nossa porta para pegar o nosso lugar no pódio".
Na edição passada, o barco Groupama teve de trocar o mastro em Itajaí e o transporte da embarcação foi um case de logística. Deu tudo certo e o Groupama foi campeão da temporada 2011-12. A peça foi colocada num avião e depois transportada do Paraná até a cidade catarinense. Coincidências ou não, o barco francês tinha Charles Cuadrelier na tripulação.
Classificação
Abu Dhabi Ocean Race – 9 pontos perdidos
Dongfeng Race Team – 16 pontos perdidos
Team Brunel – 18 pontos perdidos
MAPFRE – 18 pontos perdidos
Team Alvmedica – 19 pontos perdidos
Team SCA – 29 pontos perdidos
Mudanças no time holandês
Depois do quarto lugar na etapa brasileira, o Team Brunel, do comandante Bouwe Bekking, fez uma mudança na sua tripulação visando melhorar seu resultado na sexta perna até os Estados Unidos. O espanhol Javier de la Plaza entra no lugar de Dirk de Ridder.
"Já sabíamos que Dirk de Ridder tinha outros compromissos e que só navegaria uma etapa com a gente", explicou Bouwe Bekking. "Javier é um substituto perfeito. Corremos juntos no Telefónica. Ele é um regulador de vela excepcional e um timoneiro de mão cheia".
Em 2008-09, a bordo do Telefónica Black, Bouwe Bekking e Javier de la Plaza ficaram em sexto lugar na Volvo Ocean Race. "A America's Cup e a Volvo Ocean Race são as máximas competições da vela. Todo velejador profissional precisa fazer a Volta ao Mundo uma vez", contou o espanhol.
A saída da sexta etapa da Volvo Ocean Race – entre Itajaí (Brasil) e Newport (Estados Unidos) será em 19 de abril. Um dia antes, será realizada a regata local.
The Boatyard
A organização da Volvo Ocean Race fará, nesta quinta-feira (9), às 14h30, uma visita guiada ao Boatyard – o estaleiro da Volta ao Mundo. O local é o coração da regata e está a pleno vapor com os barcos no conserto. Após todas as etapas, os especialistas em várias áreas da construção náutica assumem os trabalhos arrumando os principais problemas.
A etapa entre a Nova Zelândia e o Brasil foi a mais longa e desgastante da regata. Por isso, os funcionários do Boatyard estão a pleno vapor. O tour será guiado e em português.
Sobre o Autor
Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.
Sobre o Blog
A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.