Mundial de Soto 40 no Brasil reúne herois locais e da America's Cup
A Soto 40 está de volta ao Brasil. E com um Campeonato Mundial, o segundo da história da classe. O veleiro esportivo de 40 pés criado pelo argentino Javier Soto Acebal não é mais novidade sul-americana que era cinco anos atrás. Tripulantes espanhóis, portugueses e alemães se espalham pelas tripulações em Florianópolis, comprovando o sucesso de uma classe que foi durante muitos anos empolgante enquanto promessa e promissora enquanto realização.
O alemão Jochen Schümann, dono de três medalhas 0límpicas, e Torben Grael, duas estrelas de America's Cup, dividem espaço com estrelas regionais e especialistas na Soto, como André Mirsky, Samuca Albrecht e George Nehm. Depois de dois dias de regatas, os argentinos do Patagonia confirmam o leve favoritismo que tinham antes do início das regatas e lideram com cinco pontos de vantagem sobre o brasileiro Carioca, de Roberto Martins.
A Mitsubishi Motors S40 World Championship, na raia de Jurerê, é mais que o Mundial de Soto 40, é o resgate de uma classe que quase foi condenada ao ostracismo no Brasil após o fim da Mitsubishi Sailing Cup e o afastamento de Eduardo Souza Ramos das raias. Eduardo retornou para a classe e, embora não esteja velejando em Florianópolis, ficou claro como seu papel é fundamental para a classe no Brasil. Se alguém tinha dúvida, ela perdeu completamente o sentido após as temporadas 2013-1015.
Na raia, Floripa também esteve um pouco tímida hoje, demorando a mostrar o vento que tradicionalmente dá às caras sem nenhuma reserva por aqui. Com duas regatas, variando de seis a 12 nós, Estampa del Viento (CHI) e Carioca (BRA) levaram os bullets, mas o dia foi mesmo do Carioca, que fez um segundo e um primeiro lugares e agora encostou no líder Patagonia.
Lentamente os líderes começam a se definir e a se distanciar na classificação. Esta terça será um dia decisivo na água.
Release do dia:
Argentina, Chile e Brasil. Barcos de três diferentes nacionalidades venceram as quatro regatas do Mitsubishi Motors S40 World Championship realizadas até essa segunda-feira. O veleiro chileno Estampa DelViento e o brasileiro Carioca foram os vencedores do dia.
Na primeira regata, que teve ventos entre 10 e 12 nós, com direção sueste, a equipe chilena conseguiu uma boa largada, se distanciando dos outros veleiros logo na primeira perna. "Foi um dia ótimo para velejar, com ventos constantes e com velocidade. Conseguimos uma boa saída e escolhemos a tática certa para o início da prova. Depois disso, mantivemos o ritmo e terminamos na primeira colocação", Miguel Gonzalez, comandante do chileno Estampa DelViento.
Já na segunda regata, quem conquistou a vitória foi o Carioca, que já havia chegado em segundo na primeira prova do dia. "Hoje foi um dia muito bom, com ventos de até 15 nós. Melhoramos nossa largada, o que é importante em competições monotipo", comemora Roberto Martins, comandante do veleiro.
Para ele, o nível técnico das tripulações garantirá um campeonato disputado até o fim. "O resultado não quer dizer que somos uma equipe melhor do que as outras. Apenas conseguimos velejar mais rápido hoje", completa.
Com o resultado de desta segunda-feira, o veleiro brasileiro está em segundo na classificação geral do campeonato, com 15 pontos perdidos, cinco a mais do que o líder Patagonia e três a menos do que o terceiro colocado, o Crioula.
Outro veleiro brasileiro que conseguiu uma boa segunda prova foi o Magia V/Energisa, do medalhista olímpico Torben Grael, que chegou na terceira colocação. "Na primeira regata cometemos alguns erros na tática, o que nos prejudicou um pouco. Já na segunda largamos bem, acertamos nossa estratégia e o barco respondeu com muita velocidade", explica Torben.
Uma das flotilhas mais fortes do mundo
Além de grandes nomes competindo na raia de Jurerê, como Torben Grael, Jochen Schümann e Cole Parada, o Mitsubishi Motors S40 World Championship conta com juízes de renome na organização. É o caso de Nelson Ilha, chefe de juria do campeonato e uma das maiores autoridades de vela no mundo.
"Essa classe tem como característica os barcos sempre iguais. Aqui se vê equipes que estão correndo são montadas com táticos profissionais, que fazem campanha olímpica. São velejadores que estão no topo da vela internacional. É realmente um evento de altíssimo nível", exalta o gaúcho que tem cinco Olimpíadas e quatro Pan-americanos no currículo.
Para ele, outro destaque é o formato do campeonato, que não conta com descartes. "A flotilha é muito parelha e qualquer erro de manobra ou uma decisão tática errada faz com que o competidor pague", complementa Nelson, que será o juiz chefe do próximo Pan-americano.
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