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Sobre as Águas

Brasil na ponta da Star Sailors League Finals nas Bahamas

Antonio Alonso

06/12/2019 14h42

Flotilha da SSL Finals em Nassau (Marc Rouiller / SSL)

Com a redução na intensidade do vento e as variações na direção, as 23 duplas de 22 países da Star Sailors League Finals tiveram dificuldades para manter a regularidade nas três regatas do terceiro dia de competição. Os atuais campeões mundiais de Star, Bruno Prada e o polonês Mateusz Kusznierewicz chegaram em quarto, segundo e décimo lugares nesta quinta-feira (05) para assumir a liderança com 33 pontos perdidos.

Os líderes abriram dez pontos de vantagem sobre os vice-líderes Percy (GBR) e Ekstrom (SUE). Negri (ITA) e Kleen (ALE) que lideravam, caíram para a terceira colocação. A sexta-feira será um dia decisivo. As três últimas regatas da fase preliminar vão definir os dez finalistas que no sábado decidem o título correndo na sequência, quartas de final, semifinal e final.

"Foi mais um dia intenso, com três regatas, e é muito bom ver novos velejadores andando na frente. Tivemos um dia regular porque a cada regata estamos mais bem entrosados. Amanhã (sexta) vamos fazer o possível para defender a posição nas três regatas que levarão dez duplas para as finais, no sábado", considerou Prada, referindo-se ao regulamento da SSL Finals. O segundo colocado irá direto à semifinal, livrando-se das quartas, enquanto o primeiro irá diretamente para a regata decisiva.

Nas constantes oscilações entre os barcos, Pedro Troche e Hamish Pepper (NZL) conheceram os dois extremos da flotilha, com dois vigésimos e um primeiro lugar. "Foi um dia ruim para nós. Velejamos mal na primeira e segunda regatas, principalmente na primeira. Tomamos decisões equivocadas e não conseguimos acertar os bordos. Na segunda estávamos entre os dez quando tomamos uma penalidade que até agora não entendi porque", resignou-se Trouche.

Na terceira regata, a dupla foi para o ataque apostando na previsão do vento. "Deu uma torcida de direção conforme estava previsto. Defendemos o lado direito da raia e controlamos a prova para cruzar a linha em primeiro, o que nos motiva a brigar pelo top ten nesta sexta-feira. Queremos muito entrar nas regatas finais no último dia", afirmou Trouche. A dupla caiu do sétimo para o 11º lugar.

A briga pelas finais está acirrada na água e equilibrada na pontuação. Apenas dois pontos separam Pepper e Trouche da dupla brasileira Henrique Haddad e Henry Boening, que saltou para a décima posição após um segundo e dois sétimos lugares. O quinto brasileiro em Nassau, Samuel Gonçalves, ocupa a 15ª colocação ao lado do português Bernardo Freitas.

"Foi um baita dia. Mesmo com o vento difícil e muito rondado, mantivemos boas escolhas. Estivemos sempre no lado certo da raia, o que nos permitiu ingressar no grupo dos dez primeiros. As classificações estão variando muito e teremos de estar concentrados amanhã (sexta) porque será o dia do corte. Iremos com tudo", definiu Boening, o Maguila.

Show da vela ao vivo – Nos quatro primeiros dias as 23 tripulações correm 11 regatas, todos contra todos, com apenas um descarte. As dez primeiras colocadas permanecem no campeonato para disputar três provas no dia decisivo: quartas de final, semifinal e final. O líder da fase de classificação vai direto à final. O segundo colocado passa para a semifinal. A cada regata da fase decisiva três barcos são eliminados, o que garante a adrenalina na água e para quem está assistindo ao vivo em: finals.starsailors.com .

As regatas são transmitidas ao vivo na Internet com os comentários de especialistas e convidados especiais no estúdio. Na água, a mais recente tecnologia em câmera HD, assim como o Virtual Eye 3D Graphics, proporcionam uma visualização emocionante, em detalhes, intercalando-se imagens ao vivo com a telemetria animada dos barcos, direto das águas cristalinas da Baía de Montagu.

Quem quiser "velejar" sem sair da poltrona, poderá jogar o Virtual Regatta, vídeo game com a simulação de todas as situações de uma regata. Acesse nosso no site oficial, Facebook, Instagram e Twitter para conferir as informações da SSL Finals 2019 e de outras competições da Star Sailors League. A premiação total e de 200 mil dólares.

SSL Finals 2019 após oito regatas (um descarte)

1– Kusznierewicz (POL)/Prada (BRA): 3+(12)+3+9+2+4+2+10 = 33 pp

2 – Percy (GBR) / Ekstrom (SUE): 12+2+(18)+1+8+5+13+2 = 43 pp

3 – Negri (ITA) / Kleen (ALE): 1+6+1+2+4+(UFD)+21+11 = 46 pp

4 – Melleby (NOR) / Revkin (EUA): 2+4+6+8+(15)+9+9+8 = 46 pp

5 – Rohart / Ponsot (FRA): (19)+7+2+17+6+10+6+3 = 51 pp

6 – Muhonen (FIN) / Kushnir (UCR): 4+9+11+5+5+7+11+(13) = 52 pp

7 – Chiavarini (GBR)/Weise(ALE): 5+10+(DNF)+(DNF)+3+3+3+6 = 54 pp

8 – Paul Cayard / Phil Trinter (EUA): 6+8+4+14+1+8+(17)+14 = 55 pp

9 – Mirsky (AUS) / O'Leary (IRL): 10+(18)+12+11+13+6+1+4 = 57 pp

10 – Hadad / Boening (BRA): 15+14+8+10+(16)+2+7+7 = 63 pp

11– Pepper (NZL) / Trouche (BRA): 13+1+(DNF)+3+7+20+20+1 = 65 pp

15 – Freitas (POR) / Gonçalves (BRA) = 82 pp

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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