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Mundial Junior de Snipe 2019

Antonio Alonso

06/09/2019 13h27

O Mundial de Snipe 2019 ocorre em Ilhabela (SP), na Escola de Vela Lars Grael, no mês de outubro, e deve reunir mais de 80 competidores de 12 países.

O evento disputado de dois em dois anos abre espaço à nova geração da vela com a realização das regatas dedicadas aos atletas com até 22 anos. As provas do Mundial Júnior de Snipe serão de 2 a 5. A versão sênior, que é aberta à todas as idades, será de 8 a 12.

O Brasil tem ao todo oito títulos mundiais júnior desde 1973 quando a organização da classe começou a promover a competição sub-22. A dupla Tiago Brito e Antonio Rosa é a atual campeã mundial na categoria júnior no Snipe. Os velejadores conquistaram o título em 2017, em La Coruña, na Espanha.

"O título na Espanha estava nos nossos planos. Era o nosso último ano e queríamos ser campeões. Treinamos, chegamos mais cedo e investimos no melhor material para correr o Mundial Junior", explicou Tiago Brito.

A dupla gaúcha Tiago Brito e Antonio Rosa está inscrita para as regatas de Ilhabela (SP), mas agora só na categoria sênior, pois atingiu o limite de idade.

"Para 2019 espero uma disputa muito forte, com previsão de ventos fortes, o que eleva o nível. O campeonato está em aberto e queremos fazer uma competição consistente. Tirando as classes olímpicas, é uma das categorias mais fortes do mundo ao lado da Star".

Snipe abre espaços em outras classes

Depois das conquistas do Mundial Jr de Snipe em 1996 e 1997, o catarinense André 'Bochecha' Fonseca ganhou projeção internacional, representando o Brasil em Olimpíadas e regatas de Volta ao Mundo, hoje chamada de Ocean Race.

O velejador profissional é um defensor do Snipe, a classe que considera a melhor para a transição do Optimist (classe de introdução à vela) para outro monotipo. "O Snipe é uma das melhores opções no Brasil. É uma classe numerosa, nível técnico alta e histórico de grandes velejadores".

"A classe serviu muito na minha carreira porque já estava comandando um barco, e, ao mesmo tempo, aprendi muito" disse André 'Bochecha' Fonseca, que hoje é tático da equipe profissional de vela oceânica Pajero, atual campeã da Semana Internacional de Vela de Ilhabela.

"Quem sabe um dia eu volte a navegar de Snipe, com certeza voltarei. É um barco para navegar com a família, curtir o fim de semana e não requer muita condição financeira".

Brasileiros campeões mundiais júnior

1978 – Mission Bay (Estados Unidos) – Torben Grael | Eduardo Mascarenhas
1996 – São Paulo (Brasil) – André Fonseca | Pablo Furlan
1997 – Mar Menor (Espanha) – Andre Fonseca | Roberto Paradeda
2005 – Rio de Janeiro (Brasil) – Victor Demaison | Mario Tinoco
2007 – San Remo (Itália) – Mario Tinoco | Matheus Gonçalves
2009 – San Diego (Estados Unidos) – Mario Tinoco | Matheus Gonçalves
2013 – Rio de Janeiro (Brasil ) – Lucas Mesquita | Douglas Gomm
2017 – La Coruña (Espanha) – Tiago Brito | Antonio Rosa

Uma curiosidade: O bicampeão olímpico Torben Grael é o único da lista no País que venceu as duas versões: o júnior e o sênior. O velejador subiu no lugar mais alto do pódio em 1978, no campeonato júnior Mission Bay (Estados Unidos), ao lado de Eduardo Mascarenhas.

"O Snipe é uma categoria muito forte no Brasil e desde cedo os atletas podem escolher entrar na classe. Tanto pela facilidade de ter um barco, quanto pela quantidade de competições vigentes", explicou Bruno Prada, medalhista olímpico e organizador do evento.

As primeiras duplas devem chegar a Ilhabela (SP) duas semanas antes do evento para treinamento e reconhecimento da raia.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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