Alunos da Escola Lars Grael ganham experiência na Semana de Vela de Ilhabela
A Escola Municipal de Vela Lars Grael, a única pública no País, está representada na 46ª edição da Semana Internacional de Vela por cinco alunos. Eles estão competindo em vários barcos, alguns como tripulantes mirins, numa experiência única em sua curta carreira de velejadores.
A bordo do BMW Motorrad (classe ORC), a jovem Marina de Jesus, de 15 anos, está tendo a oportunidade de fazer sua estreia na vela oceânica, competindo ao lado do medalhista olímpico Lars Grael. Ela já havia disputado três vezes a Semana de Monotipos, terminando em 2019 na sexta colocação de sua classe, a 420. "Comecei a velejar por incentivo de um amigo do meu pai, que considero como um avô para mim, o Hérbene. Ele me colocou no mundo da vela, quando eu tinha 12 anos. Treino todos os dias úteis da semana na Escola Municipal. Divido o tempo entre escola e treinos, mas pretendo sempre velejar. O início foi por lazer, mas gostei demais", disse Marina.
"Está sendo bem legal velejar com o Lars Grael. Estou aprendendo muita coisa, como trabalhar em equipe, já que são várias pessoas dentro do barco. Estamos em terceiro lugar após duas regatas, a de domingo e a de segunda-feira (14 e 15). Como qualquer atleta, pensamos sempre em obter o melhor resultado, mas, neste momento, vale mais a experiência de estar ao lado de pessoas que sabem tanto, como as do meu barco", complementou a pequena velejadora.
Parceiros na classe 420, tendo completado a Semana de Monotipos no início de julho na terceira colocação, após vencer três das nove regatas realizadas, Pedro Garcez e Handrey Cantini estão competindo na Semana de Vela de Ilhabela no mesmo barco, o Newport (bico de proa). Eles venceram as duas primeiras regatas na classe. Pedro já havia competido antes em regatas de oceano e Handrey faz sua estreia no evento.
Pedrinho, como é conhecido, é o mais experiente da dupla. "Está sendo uma experiência muito boa para mim, por velejar mais uma vez no oceano e poder ganhar mais conhecimento. Comecei a velejar há oito anos. Gostei tanto que continuei sempre batalhando bastante para chegar aonde estou. Meus pais e meus irmãos me incentivaram e me ajudam até hoje. Espero representar o Brasil em alguma Olimpíada um dia. Esse é meu sonho", contou Pedrinho, de 15 anos.
Já Handrey conheceu a vela por acaso, quando jogava bola com os amigos na praia. Ele viu vários barcos no mar e resolveu falar com algumas pessoas naquele momento para explicarem como poderia praticar o esporte. "Comecei a velejar com 10 anos. Com 11, cheguei à flotilha da cidade, para competir Brasil afora. Mais recentemente o secretário Beto de Mazinho contratou o Xande (Paradeda), velejador muito experiente, para ser nosso técnico e, a partir, daí evolui mais. Agora, quando completei 13 anos, troquei de barco e passei a velejar junto com o Pedrinho na 420. Estamos juntos e viajamos sempre para outras cidades. O Pedro e eu temos um bom entrosamento e achei legal competirmos no mesmo barco", avaliou Handrey, de 13 anos.
Campeão mundial no comando – Em dezembro de 2017, o campeão mundial de Snipe, Xande Paradeda, foi contratado pela prefeitura de Ilhabela, por meio da Secretaria de Esporte, para comandar a Escola de Vela e dar aulas na estrutura montada na praia do Pequeá. "Temos o nível básico, com o pessoal que está aprendendo a velejar, e depois começa a equipe de competição, com alunos nas classes Optimist, 420 e Snipe. Me mudei para cá com minha família há um ano e meio", conta Xande, gaúcho de Porto Alegre.
"A galera daqui tem bastante tempo para treinar e são muito dedicados. A vela, assim como a escola, acaba sendo a principal atividade deles. Aqui, eles têm condição climática de treinar o ano inteiro, de segunda a sexta, no caso dos alunos competitivos. O volume de horas, com apoio da prefeitura e as viagens, faz com que a evolução seja mais rápida. Temos o Matheus Oliveira e o Rafael Pereira no Mundial Júnior de Snipe, e, no de Optimist, o Alex Kuhl. O Douglas Said está no Campeonato Norte-Americano, junto com a seleção brasileira sub-15. Em um ano e pouco eles já estão nas seleções e isso só vai aumentar", completou Xande.
O técnico não poupa elogios para os jovens alunos e alunas da Escola de Vela Lars Grael. "Eles são bastante dedicados e acabam retribuindo todo o esforço que nós fazemos para ensiná-los, sempre da melhor forma possível. Nunca cobramos resultado, mas sim empenho", comentou Xande. "Uma pena não termos a regata 'Velas do Amanhã', por falta de condições climáticas. Seria muito importante para apresentar todo o projeto para a comunidade da vela", finalizou o velejador.
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