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Lars Grael e Samuca com velas novas na Star Sailors League Finals

Antonio Alonso

30/11/2018 11h09

Lars Grael e Samuca em Nassau, em 2017 (Carlo Borlenghi / SSL)

A dupla Lars Grael e Samuel Gonçalves (Samuca) correrá pelo segundo ano seguido a Star Sailors League Finals de 4 a 8 de dezembro nas Bahamas. A competição com sede no Nassau Yacht Club é realizada desde 2013 e reúne 25 duplas finalistas entre os melhores velejadores do mundo, conforme o ranking da SSL, com premiação total de 200 mil dólares, a maior da vela mundial. Em 2017 Lars obteve a 12ª colocação. Neste ano se sente mais bem preparado e terá inclusive velas para estrear na Baía de Montagu.

"Tenho me dedicado muito mais às questões profissionais, no esporte em geral, do que à vela, mas diante dos resultados da temporada posso afirmar que neste ano chegaremos às Bahamas com mais ritmo de regata e com mais antecedência para os treinos. Correremos no meu próprio barco e com velas novas, em condições favoráveis de melhorarmos o desempenho em relação a 2017", afirma Lars, superintendente de Relações Institucionais do CBC – Comitê Brasileiro de Clubes.

Ganhador de duas medalhas olímpicas de bronze na Classe Tornado, Lars justifica o otimismo para a SSL Finals de 2018. "Neste ano mantivemos a regularidade. Ficamos em quarto lugar na tradicional Bacardi Cup, competição que vencemos em 2014 e 2015; fomos campeões do Hemisfério Ocidental em abril, em Miami; vencemos o 7º Distrito de Star e ficamos com o vice no Brasileiro".

Lars e Samuca obtiveram outros dois vices, perdendo no desempate, o Campeonato Europeu na Alemanha para Augie Diaz (EUA) e Bruno Prada e o Sul-Americano no Rio de Janeiro, há duas semanas, para Robert Scheidt e Arthur Lopes. No último final de semana (24 e 25/11), a dupla ainda venceu a Taça Royal Thames no Iate Clube do Rio de Janeiro.

Chancela da World Sailing – Em 2017 a World Sailing (Federação Internacional de Vela) elevou o status da SSL Finals para "Special Event", classificação atribuída apenas a competições como Volvo Ocean Race e America's Cup. "A final da Star Sailors League se torna a cada ano um campeonato mais diversificado, atraindo campeões de várias classes. Inclusive a revista Seahorse Internacional Sailing deste mês considera o evento em Nassau como a verdadeira disputa do título mundial de vela", destaca Lars.

Neste ano o Brasil terá outros seis representantes: os atuais vice-campeões Robert Scheidt e Henry Boening (Maguila); o campeão mundial de Star, Jorge Zarif, ao lado de Pedro Trouche, além dos proeiros Bruno Prada e Arthur Lopes. "É uma competição do mais alto nível, basta ver que os últimos colocados estão entre os velejadores mais famosos do mundo. O jogo está em aberto. Estamos cientes de que participaremos de um dos maiores eventos da vela mundial, que é a Star Sailors League Finals", enaltece entusiasmado, Lars Grael.

Adrenalina ao vivo – Nos quatro primeiros dias as 25 tripulações correm 11 regatas, todos contra todos, com apenas um descarte. As dez primeiras colocadas permanecem no campeonato para disputar três regatas no dia decisivo: quartas de final, semifinal e final. O líder da fase de classificação vai direto à final. O segundo colocado passa para a semifinal. A cada regata da fase decisiva três barcos são eliminados.

As regatas serão transmitidas ao vivo na Internet com os comentários de especialistas e convidados especiais no estúdio. Na água, a mais recente tecnologia em câmera HD, assim como o Virtual Eye 3D Graphics, proporcionarão uma visualização emocionante, em detalhes, intercalando-se imagens ao vivo com a telemetria animada dos barcos, direto das águas azuis e transparentes da Baía de Montagu.

Quem quiser "velejar" sem sair da poltrona, poderá jogar o Virtual Regatta, vídeo game com a simulação de todas as situações de uma regata. Acesse nosso no site oficial, Facebook, Instagram e Twitter para conferir as informações da SSL Finals 2018 e de outras competições da Star Sailors League:

As 25 duplas da SSL Finals 2018

Iain Percy (GBR) – Anders Ekström (SWE)
Šime Fantela (CRO) – Antonio Arapović (CRO)
Robert Scheidt (BRA) – Henry Boenig (BRA)
Freddy Lööf (SWE) – Edoardo Natucci (ITA)
Mateusz Kusznierewicz (POL) – Dominik Życki (POL)
Max Salminen (SWE) – Johan Tillander (SWE)
Paul Cayard (USA) – Arthur Lopes (BRA)
Diego Negri (ITA) – Frithjof Kleen (GER)
Pavlos Kontides (CYP) – Markus Koy (GER)
Tonči Stipanović (CRO) – Frederico Melo (POR)
Gerogy Shayduko (RUS) – Vitalii Kushnir (UKR)
Lars Grael (BRA) – Samuel Gonçalves (BRA)
Xavier Rohart (FRA) – Pierre-Alexis Ponsot (FRA)
Jorge Zarif (BRA) – Pedro Trouche (BRA)
Ruggero Tita (ITA) – Enrico Voltolini (ITA)
Zsombor Berecz (HUN) – Michael Maier (CZE)
Kevin Peponnet (FRA) – Mark Strube (USA)
Hamish Pepper (NZL) – Steve Mitchell (GBR)
Francesco Bruni (ITA) – Nando Colaninno (ITA)
Mark Mendelblatt (USA) – Brian Fatih (USA)
Eivind Melleby (NOR) – Joshua Revkin (USA)
Geroge Szabo (USA) – Roger Cheer (CAN)
Augie Diaz (USA) – Bruno Prada (BRA)
Ondřej Teplý (CZE) – Antonis Tsotras (GRE)
Guido Gallinaro (ITA) – Kilian Weise (GER)

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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