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Ginga é pentacampeão de HPE 25 na Semana de Vela de Ilhabela

Antonio Alonso

29/07/2018 11h25

Tripulação do Ginga comemora o penta em Ilhabela (André Costa / HPE)

A Classe HPE 25 tem um campeão com aproveitamento de 100% na Semana de Vela de Ilhabela. A edição de 2018 ficará marcada pelo retrospecto do campeão Ginga com oito vitórias em oito regatas. Contar com três ilhabelenses exímios conhecedores da raia e dos ventos, comandados pelo paulistano Breno Chvaicer, fez a diferença.   São três títulos consecutivos, além das conquistas de 2013 e 2014. O Bond Girl foi o único a interromper a sequência do Ginga, em 2015.

O Ginga concluiu o campeonato, invicto, sempre cruzando a linha de chegada com relativa vantagem sobre o segundo colocado. Neste sábado (28), último dia de competição, após vencer a sétima regata, poderia voltar para casa com o título antecipado, devido ao descarte previsto em regulamento, mas os bravos tripulantes optaram por permanecer na raia, correr o trajeto barla-sota (entre boias) de cinco milhas e ganhar a regata final no extremo norte de Ilhabela, com vento leste entre 8 e 10 nós.

"Esta Semana de Vela foi muito bonita, com dias de sol e ventos médios. Atribuo o título ao entrosamento da equipe, há muitos anos junta. Procuramos trabalhar a bordo de maneira harmoniosa. Deu certo", justificou Chvaicer. As palavras do comandante puderam ser constatas na raia. As manobras do Ginga nas montagens de boias são feitas de maneira sincronizada, com a tripulação em silêncio e total sintonia.

Em uma flotilha one design com 16 embarcações, é atípico apenas um barco deter a hegemonia de forma tão ampla. "Não é comum uma tripulação ganhar todas as regatas em uma classe disputada como a HPE 25. As velas novas ajudaram nossa tripulação bem treinada. Vamos comemorar e depois manter os treinos para o Campeonato Brasileiro em novembro no Rio de Janeiro", afirmou o timoneiro do Ginga, Vicente Monteiro. Ronyon Silva e Gabriel Silva completaram a tripulação.

Os adversários, mesmo experientes, reconheceram a superioridade técnica do Ginga. "A hegemonia do Ginga foi surpreendente. Ficamos em segundo fazendo o melhor possível. Estamos satisfeitos porque eles realmente estão em um nível superior", considerou o campeão pan-americano de Snipe, Alexandre Paradeda, tático do vice-campeão, Fit to Fly Maserati. Xandi se concentra no segundo semestre na vaga para Os Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, Peru, onde pretende buscar a segunda medalha de ouro.

O terceiro colocado, Take Ashauer, do Iate Clube do Rio de Janeiro, também ficou satisfeito com o desempenho obtido em Ilhabela. "Fizemos regatas de superação, buscando o ajuste ideal das velas novas. No vento leste mais fraco não conseguimos andar muito bem, mas somos uma tripulação amadora", relatou o tripulante Cássio Ashauer. O barco tem como tático, Demóstenes João, o Netinho, de 18 anos, estudante de direito e formado no Projeto Grael.

Classe HPE 25 na Semana de Vela de Ilhabela (8 regatas e 1 descarte)

1 – Ginga (Breno Chvaicer): (1)+1+1+1+1+1+1+1 = 7 pontos perdidos

2 – Fit to Fly Maserati (Eduardo Mangabeira): 3+3+2+2+(6)+2+2+3 = 17 pp

3 – Take Ashauer (Marcos Ashauer): 2+2+4+(9)+3+8+6+4 = 29 pp

4 – Espetáculo (Luiz Staub): (5)+5+5+5+5+4+3+2 = 29 pp

5 – Conquest ecom (Marco Hidalgo): 4+4+3+3+8+4+(9) = 33 pp

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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