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Sobre as Águas

Mais de 100 barcos garantem festa da vela no Yacht Club Paulista

Antonio Alonso

06/06/2018 18h48

Largada da classe Snipe na Semana de Vela de São Paulo (JMendes / YCP)

Sol, vento fraco, vento forte e até garoa nas três raias da Represa Guarapiranga garantiram a emoção para mais de 200 velejadores na Semana de Vela de São Paulo, com sede no Yacht Club Paulista (YCP). Dos 142 barcos inscritos, 115 cruzaram a linha de chegada na última regata, neste domingo (3/6), definindo os vencedores das 14 classes, após oito regatas disputadas em quatro dias.

A entrada da frente fria em São Paulo, fez com que as regatas finais tivessem vento de sul a sueste com rajadas de até 14 nós, o que acelerou os barcos e fez com que os velejadores mantivessem a adrenalina a bordo mesmo sob a típica garoa paulistana e temperatura de 14ºC. As classes mais numerosas, com 30 barcos cada, foram Snipe e Optimist, ambas com vencedores da Escola de Vela de Ilhabela (EVI).

A briga pelo título na Snipe foi monopolizada por Juninho de Jesus e Xandi Paradeda, ambos da EVI. "O campeonato ficou entre eu e o Xandi, uma referência na classe para todos nós. É motivo de orgulho ganhar do meu professor", exclamou Juninho, que correu ao lado de Anderson Brandão. Xandi velejou com Anna Júlia, com quem venceu o Paulista neste ano.

"A Sema de Vela de São Paulo foi surpreendente, muito movimentada. Um ótimo treino para o Campeonato Brasileiro, que em 2019 será aqui mesmo, na represa, e também para o Mundial, em Ilhabela no próximo ano", observou Juninho. Na Optimist, a classe de iniciação, a medalha de ouro ficou com outro ilhabelense, Alex Kuhl.

Juninho retornou há dez dias de Palma de Mallorca (ESP), onde correu a primeira etapa do TP 52 Super Series com o barco de tripulação brasileira, Onda. O velejador retornará à Europa em 13 de junho para reassumir o posto de proeiro na equipe comandada por Eduardo Souza Ramos (YCP) na segunda etapa do campeonato da classe oceânica, na Croácia.

Competitividade e Fair Play – O ambiente de confraternização criado pelo Yacht Club Paulista na cerimônia de premiação confirmou o espírito competitivo e ao mesmo tempo solidário da Semana de Vela. "É importante a Fevesp (Federação de Vela do Estado de São Paulo) retomar a tradição do campeonato. O YCP está muito feliz por fazer parte deste resgate", afirmou Paola Prada Lorenzi, vice-comodoro do YCP.

"Contamos com as participações da maioria dos clubes e marinas da Guarapiranga. Fomos presenteados com belíssimas regatas sob as mais variadas condições de tempo e de vento. A presença maciça dos velejadores na cerimônia final valoriza ainda mais os apoios da North Sails e do Paraná Banco", concluiu Paola, também velejadora das Divas da Snipe do YCP, sempre incansável em seu apoio à vela, na água e na terra.

Os campeões da Semana de Vela de São Paulo 2018

Snipe – Mário Sérgio de Jesus e Anderson Brandão (EVI)

Optimist – Alex Kuhl (EVI)

Prancha a vela – Udo Schenker (Teambrasil)

Mini Oceano – Maurício Finamore (Sailing)

Laser Standard – Stephan Kunath (YCSA)

Laser 4.7 – Albert Lisbona (YCP)

Laser Radial – Luis Ennser (YCP)

Hobie Cat 16 – Cláudio Teixeira e Ana Paula (CCC)

Hobie Cat 14 – Plínio Pereira (Pera Náutica)

Day Sailer – João e Rosaura Mantovanini (ASBAC)

29er – Ignácio Alzueta e Rafael Moricz (YCSA)

420 – Mathias Penna e Vitor Malagrine (YCSA)

HPE 25 – Ubuntu / Marcelo Sestini (YCP)

Olímpico – John Bennett (SPYC)

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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