Topo

Sobre as Águas

Yacht Club Paulista abre Copa Vela com 45 barcos na Guarapiranga

Antonio Alonso

29/03/2018 17h43

Largada da Copa Vela YCP na Guarapiranga (Douglas Moreira / Fisheye Image)

Velejadores de várias classes aderiram à iniciativa do Yacht Club Paulista (YCP) preenchendo a Raia 2 da Represa Guarapiranga nas três regatas deste fim de semana (24 e 25/3), abertura da Copa Vela YCP 2018. A competição, com quatro etapas previstas para o ano, reuniu 45 barcos das classes Snipe, Laser, Star, Finn e HPE 25, MT19 e Flash 165.

No sábado, o vento sueste, fraco, proporcionou apenas uma regata. Domingo, subiu para o quadrante norte e a intensidade chegou aos dez nós, permitindo que a Comissão de Regatas realizasse duas provas. A classe Snipe foi a mais numerosa, com 22 barcos, seguida pela Laser, com 11. A segunda etapa da Copa Vela YCP será em 19 e 20 de maio.

As regatas atraíram tripulações da maioria dos clubes em torno da represa, inclusive a equipe do HPE 25 Ginga, da Escola de Vela de Ilhabela (EVI), sempre favorita nas disputas da classe. "Aqui é bem diferente da ilha, com ventos rondados e mais fracos. As regatas ficam mais competitivas. A flotilha na represa já superou a de Ilhabela", constatou o timoneiro do Ginga, Vicente Monteiro.

O Ginga ficará no YCP até maio. Nos dois primeiros finais de semana de abril (7 e 8, 14 e 15) a tripulação vai brigar pelo sétimo título paulista. "Neste ano pretendemos ganhar Paulista, Semana de Vela de Ilhabela e Brasileiro, em novembro, no Rio. Vamos pelo menos tentar, fazendo o melhor possível", enfatizou o comandante Breno Chvaicer, vencedor da primeira etapa da Copa Suzuki (17 e 18/3) na HPE 25 em Ilhabela.

Bicampeão olímpico na raia – Aproveitando o nível profissional da Copa Vela YCP, Robert Scheidt utilizou a raia para treinar com Arthur Lopes, o Tutu, atual campeão europeu de Star, para o Campeonato Paulista, entre 30 de março a 1º de abril na Guarapiranga. Ganhador de cinco medalhas olímpicas, Scheidt vai se dedicar neste ano à classe Star e à vela oceânica. No início do mês, Scheidt conquistou a medalha de prata na tradicional Bacardi Cup, em Miami, ao lado do norte-americano Brian Fatih.

Entre os barcos da classe Star, os irmãos Marcelo e Renata Bellotti formaram dupla no Capatosta. "Foi fundamental para a retomada da vela na Guarapiranga, a iniciativa do YCP criando a Copa em 2015. Precisamos velejar e a Copa nos oferece a oportunidade. Estamos nos preparando para o Paulista, Hemisfério Ocidental (7/4 nos EUA) e Mundial de Star, também em junho nos EUA", relatou Marcelo, atual campeão sul-americano com o parceiro Maurício Bueno.

Para as mulheres, a Copa Vela também possui significado especial, registrando presença maciça das Divas da Snipe do YCP. "A participação feminina é significativa, inclusive com duas proeiras na Star, o que é raro", observou a vice-comodoro do YCP, Paola Prada Lorenzi, parceira de Georgia Bruder na Snipe.

Ambas se preparam para o Mundial Feminino de Snipe em Newport (EUA), em agosto. "Eu estava com saudades da Copa, com síndrome de abstinência, e também de trocar ideias fora da água em nosso tradicional brunch dos velejadores", afirmou a filha do tricampeão mundial da classe Finn, o lendário velejador Joerg Bruder, do YCP.

Vencedores da 1ª Etapa da Copa Vela YCP

Snipe –  Leonardo Prioli e Gabriel Chorociejus (YCP)

Laser Standard – Leonardo Patané (YCP)

Laser Radial – Cristina Fuchs (YCSA)

Star – Marcos Szili e Marlyn Nigri (CCSP)

Finn – Rafael Federici (YCP)

HPE 25 – Ginga – Breno Chvaicer (EVI)

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

Blog Sobre as Águas