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Volvo Ocean Race: Barcos pagam pedágio caro nos mares do sul

Antonio Alonso

24/03/2018 16h09

Leg 7 from Auckland to Itajai, day 7 on board Turn the Tide on Plastic. Gybing in the Southern Ocean.. 24 March, 2018.

Os velejadores que disputam a sétima etapa da Volvo Ocean Race começam a sentir na pela as dificuldades dos mares do sul. Com ventos acima de 30 nós, rajadas de 40 e ondas de 5 metros, as condições de navegação começam a ficar complicadas.

A perna entre Auckland (Nova Zelândia) e Itajaí (Brasil) vai completar uma semana na noite deste sábado (24). Ao todo são 7.600 milhas náuticas até Santa Catarina e os barcos já percorreram mais de 40% do percurso impulsionado por fortes rajadas.

A liderança segue dividida entre MAPFRE e Turn the Tide On Plastic. As duas equipes estão navegando no limite da zona de exclusão de gelo, que oferece menos milhas pra andar, porém mais desgaste.

"Temos alguns pequenos danos no mastro", escreveu o campeão olímpico Xabi Fernández (MAPFRE) em um email para o Race Control neste sábado pela manhã. "Fizemos uma correção temporária e continuamos correndo".

O navegador espanhol Juan Vila acrescentou: "Agora temos que equilibrar o esforço para evitar problemas maiores. Deveremos saber quando tirar o pé do acelerador".

Leg 7 from Auckland to Itajai, day 07 on board MAPFRE. 24 March, 2018.

O outro grupo, que inclui Dongfeng Race Team, Team Brunel, AkzoNoBel (da brasileira Martine Grael) e Vestas 11th Hour Racing, está um pouco mais acima. 

"Temos 35 a 40 nós de ventos e ondas grandes lá fora", disse o holandês Bouwe Bekking, comandante do Team Brunel. "Por um lado, a navegação é muito divertida, mas, por outro lado, é bem casca grossa, pois você sabe que, se fizer algo errado, pode dar muito errado! Então temos sempre que encontrar o equilíbrio".

Apenas o Sun Hung Kai / Scallywag está mais de 100 milhas náuticas atrás dos adversários. O barco teve um problema em uma das polias que suporta o mastro.

"Estávamos virando de cabeça para baixo na Zona de Exclusão do Gelo e a polia teve problemas", explicou o australiano David Witt, comandante do Scallywag. "Nós tivemos sorte, pois poderia ter quebrado e perdido o mastro. Então tivemos dar uma solução. Agora estamos 110 milhas atrás".

As equipes estão progredindo rapidamente em direção ao Cabo Horn, empurradas pelos fortes ventos de oeste que estão por trás deles. 

A etapa vale pontuação dobrada e o primeiro barco a contornar o Cabo Horn leva um ponto de bônus.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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