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Tripulação leva Caiçara à temporada perfeita na classe oceânica C30

Antonio Alonso

05/12/2017 14h33

Caiçara (09) em largada do Circuito Ilhabela (Edu Grigaitis / Balaio de Ideias)

O retrospecto da Copa Suzuki – Circuito Ilhabela de Vela Oceânica – mostra nitidamente a superioridade do barco Caiçara na classe C30. Nas 33 regatas disputadas em quatro etapas ao longo da temporada, o Caiçara obteve 22 vitórias para chegar ao tricampeonato e também foi o campeão da tradicional Semana de Vela de Ilhabela, principalmente devido à tripulação, exímia conhecedora das raias do litoral norte paulista.

Sempre atento ao aprimoramento de sua equipe, o comandante Marcos de Oliveira Cesar expressa sentimento de gratidão ao falar de seus velejadores. "Mais uma vez a tripulação fez a diferença. A dedicação o entrosamento e a eficiência de cada integrante determinaram os resultados positivos durante a temporada. Eles são nota dez", elogiou o timoneiro do Caiçara, campeão do circuito em 2015, 16 e 17.

O barco C30 é conduzido por seis tripulantes e a harmonia a bordo é fundamental nas manobras e nos momentos mais delicados. O Caiçara está próximo do nível considerado ideal. O entrosamento da equipe ficou claro neste domingo (3), último dia do circuito. "O top do balão rasgou e a vela despencou. Tivemos de recolher o balão e subir outra vela. A tarefa foi muito bem executada, em absoluto silêncio e mantivemos a liderança até o final", relatou o proeiro Gabriel De Capitani sobre o momento de superação.

A sincronia de trabalho no Caiçara é resultado de uma tripulação que costuma embarcar na véspera das regatas para fazer os ajustes necessários. "Foi um ano ótimo para nós. O que fez a diferença foram os treinos às sextas-feiras, antes de cada etapa. Foram providenciais. Com o desempenho do Caiçara, as demais tripulações com certeza virão reforçadas em 2018, o que, além de nos motivar, vai deixar a classe ainda mais competitiva. Aguardaremos ansiosamente", afirmou Capitani.

Reverências dos rivais – Os méritos do tricampeão são inquestionáveis, reconhecidos inclusive pelos adversários da classe C30. O comandante do vice-campeão, Caballo Loco, Mauro Dottori, enalteceu a conquista dos amigos e rivais. "O Caiçara mais do que mereceu a conquista antecipada. Prova que treino e união são essenciais. Parabéns a eles. Não é apenas treino, o barco está afinado e com rendimento de fazer inveja. Nós fomos prejudicados por várias trocas na tripulação, principalmente a do tático", disse Dottori.

O Caballo Loco venceu nove regatas na temporada. O campeão brasileiro Katana Portobello, de Santa Catairina, e o terceiro colocado na Copa Suzuki, eCycle +Realizado, também venceram em Ilhabela. Caballo Loco foi o vice-campeão nato no Brasileiro, enquanto Caiçara, que não disputou a primeira etapa de Florianópolis, mas apenas a segunda em Ilhabela, ficou em terceiro lugar na competição nacional. A flotilha da C30 conta ainda com as embarcações: Barracuda, Kaikias, Zeus e Corta Vento.

Classificação final da C30 na Copa Suzuki (33 regatas e 6 descartes)

1 – Caiçara (Marcos de Oliveira Cesar) – 32 pontos perdidos

2 – Caballo Loco (Mauro Dottori) – 48 pp

3 – eCycle +Realizado (José Luiz Apud) – 76 pp

4 – Barracuda (Humberto Diniz) – 96 pp

5 – Katana Portobello (Cesar Gomes Neto) – 127 pp

6 – Kaikias C-Tank (Renata Decnop) – 134 pp

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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