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Classe C30 corre Regata Volta à Ilha em homenagem a Peter Blake

Antonio Alonso

23/11/2017 13h25

Duelo na C30 entre o líder Caiçara e Barracuda, em Ilhabela (Edu Grigaitis / Balaio de Ideias)

A tradicional Regata Volta à Ilha abre neste sábado (25) a quarta e última etapa da Copa Suzuki – Circuito Ilhabela de Vela Oceânica, que neste ano conclui a décima sétima edição. Com cerca de 40 milhas (70 km), a prova em homenagem ao neozelandês Sir Peter Blake, bicampeão da America's Cup é a mais desafiadora da temporada e exige, por segurança, preparação específica dos tripulantes em relação aos equipamentos do barco e provimentos de bordo.

A etapa decisiva de 2017 começa pela Volta à Ilha, segue no dia seguinte, domingo (26) e será definida no outro fim de semana, 2 e 3 de dezembro. Apesar do equilíbrio entre embarcações da classe, o Caiçara está próximo de conquistar o tricampeonato na competitiva C30. "A expectativa da tripulação é de manter os bons resultados, como nas etapas anteriores, mas sabemos que nossos adversários não irão facilitar. Eles querem nos vencer", afirma o comandante do Caiçara, Marcos de Oliveira Cesar.

O Caiçara faz uma temporada regular. Venceu neste ano a Semana de Vela de Ilhabela e já obteve 14 vitórias em 26 regatas na Copa Suzuki. Marcos Cesar espera novamente duelos acirrados na Volta à Ilha. "No ano passado essa regata foi impressionante. Depois de quase 40 milhas, os dois primeiros barcos chegaram praticamente juntos, em um final dramático", recordou o timoneiro do Caiçara.

A regata Volta à Ilha de 2016 teve vitória apertada do Caiçara na classe C30 com 6h49m35, apenas 11 segundos à frente do Caballo Loco, comandado por Mauro Dottori. A regata foi peculiar, com momentos de calmaria até rajadas de 30 nós (55 km/h). Para este sábado a previsão é de vento sueste de 8 a 10 nós, com tempo aberto e temperatura entre 21 e 25°C. O recorde da prova pertence ao Montecristo com 6h05m12, em 2014.

Enigma rumo à chegada – Atento à previsão dos ventos, o trimmer (responsável pelas velas) do eCycle +Realizado, Ricardo Apud espera uma regata rápida, novamente. "Durante a Volta à Ilha deve entrar um leste de médio para forte. O ponto que costuma definir a regata é a Ponta do Boi, ao sul. A charada é seguir mais rente ou mais por fora da ilha em direção à chegada, na Ponta da Sela, no retorno ao Canal de São Sebastião", indaga Apud.

A flotilha paulista da classe C30 conta ainda com as embarcações: Barracuda (Humberto Diniz), eCycle +Realizado (José Luis Apud) e Kaikias, tripulado por representantes da Marinha do Brasil. Além da C30, a quarta e última etapa da Copa Suzuki contará com as classes: HPE 25, RGS, IRC e Bico de Proa. O Yacht Club Ilhabela deverá receber mais de 30 barcos nas regatas decisivas.

Classificação parcial da C30 na Copa Suzuki (26 regatas e 4 descartes)

1 – Caiçara (Marcos de Oliveira Cesar): 27 pontos perdidos
2 – Caballo Loco (Mauro Dottori): 36 pp
3 – eCycle +Realizado (José Luiz Apud): 56 pp
4 – Barracuda (Humberto Diniz): 71 pp
5 – Katana Portobello (Cesar Gomes Neto): 92 pp
6 – Kaikias (Renata Dcnop): 100 pp

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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