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Sobre as Águas

Recorde de barcos na Guarapiranga na abertura da Copa Paulista

Antonio Alonso

13/02/2017 14h54

Largada da classe Snipe (Douglas Moreira / Fisheye Image) Largada da classe Snipe (Douglas Moreira / Fisheye Image)

A abertura da Copa Paulista indica rumo promissor para a vela na temporada de 2017 no Estado de São Paulo. O fim de semana (11 e 12/02) atraiu para a Represa de Guarapiranga 88 barcos, sendo 13 da classe Optimist, recorde de participantes em apenas uma etapa da competição criada em 2015. As 15 classes inscritas disputaram entre duas e quatro regatas conforme a raia.

Neste ano a disputa mudou de Copa YCP (Yacht Club Paulista) para Copa Paulista e uma das novidades, raia reduzida e exclusiva para a classe Optimist, surtiu efeito imediato mobilizando os jovens velejadores e seus pais. Entre 13 barcos da "OP", os três primeiros colocados são do Clube de Campo São Paulo (CCSP), pela ordem: André Vasconcellos, Conrado Cookson e Luc Le Corre.

Outra mudança, é o acréscimo de nove para 12 etapas, sendo três inéditas no litoral devido à parceria entre YCP e ICS (Iate Clube de Santos). "Achei as mudanças fantásticas porque passam a envolver outros clubes e levam os velejadores para o mar. Para fortalecer a vela, os clubes precisam ter consciência de se unir e deixar a concorrência apenas entre os atletas na água, durante as regatas", recomendou o juiz internacional Dionysio Sulzbeck, diretor da Comissão de Regatas na Copa Paulista.

Laser e Snipe em massa – A classe Laser levou 26 barcos à raia contra 25 da Snipe. Leonardo Lorenzi, de 13 anos velejou de Snipe na proa de Luis Borba e considerou que a Copa evoluiu em relação a 2016. "Com as classes separadas em mais raias, fica mais fácil para os velejadores porque a regata fica mais limpa. Estou ansioso para velejar no mar pela primeira vez de Snipe. Até hoje só velejei no oceano de Optimist", avaliou o jovem Léo. As primeiras regatas em Santos serão em 25 e 26 de março. Antes, a Guarapiranga recebe a segunda etapa do ano em 04 e 05 de março.

A numerosa classe Snipe correu duas regatas e tem liderança da dupla do YCP, Leonardo Prioli e Gabriel Chorociejus seguidos por Enrico e Frederico Francavilla (YCSA) e por Alberto e Eloáh Hackerott (YCP). As três divisões da Laser têm os seguintes líderes após três regatas: José Hackerott (YCP – Standart), Stephan Kunath (YCSA – Radial) e Felipe Fonseca (YCSA – 4.7). Ricardo Santos (YCSA) lidera a classe Finn, enquanto Arno Buchli Jr. (ASBAC) é o primeiro colocado na Day Sailer.

Em meio aos velejadores mais experientes, adotados como espelho pelos mais jovens, destaca-se Manfred Kaufmann, o Fips, da Laser, associado do YCP nas décadas de 70 e 80 e que recentemente retornou ao clube como sócio-esportista. "A Copa tem sido minha oportunidade de treinar de Laser para o World Master Games, em abril na Nova Zelândia. Além da represa, quero aproveitar a experiência de intercâmbio das regatas no mar. Santos possui uma flotilha muito competitiva de Laser, o que fortalecerá minha preparação para o Mundial Máster", afirmou Fips com entusiasmo.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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