Topo

Sobre as Águas

Medalhistas Torben Grael e Bruno Prada veem vela preparada para Rio 2016

Antonio Alonso

23/05/2016 21h51

Bruno Prada com Augie Diaz na Star Sailors League (Marc Rouiller/SSL)

Bruno Prada com Augie Diaz na Star Sailors League (Marc Rouiller/SSL)

Após a primeira edição do City Grand Slam de Hamburgo, as expectativas e projeções para os Jogos Olímpicos se intensificam naturalmente. A regularidade da vela brasileira na competição coloca a modalidade como a terceira mais bem sucedida em número de medalhas. Nosso velejadores já frequentaram o pódio olímpico 17 vezes, atrás apenas do vôlei (20), incluindo-se praia, e do judô (19).

Os medalhistas olímpicos Torben Grael, com cinco conquistas, e Bruno Prada, com duas, foram as atrações brasileiras nas regatas válidas pela Star Sailors League (SSL) e cumpriram suas tarefas, chegando em sétimo e sexto lugares, respectivamente, entre 86 tripulações. Torben viajou direto de Hyères, onde coordenou a equipe olímpica na etapa francesa da Copa do Mundo, para Hamburgo, na Alemanha.

"A equipe está bem balanceada. Temos a experiência do Robert (Scheidt), da Fernandinha (Oliveira), do Bimba (Ricardo Winick), mesclada a velejadores mais jovens. Será necessário equilíbrio, Competir em casa vai servir tanto para estimular quanto para pressionar", avalia Torben, coordenador técnico da Confederação Brasileira de Vela, que prefere não cogitar desempenhos pessoais. "Conta de medalhas não existe, esporte não é matemática. Às vezes, nem o principal dos favoritos consegue a medalha, mas temos chances reais e queremos manter a tradição da vela".

A maior conquista olímpica de Torben é o bicampeonato na classe Star ao lado de Marcelo Ferreira, além de mais uma prata e dois bronzes. Bruno Prada tem prata e bronze na mesma classe, correndo com Robert Scheidt. "O Brasil irá para os Jogos com um time forte, basta analisarmos os quatro últimos anos. Robert (Laser), Martine e Kahena (49erFX), Fernanda (470) e Jorginho Zarif (Finn), têm todas as condições de brilhar. As Pranchas a Vela e a Nacra podem ir para a medal race, enquanto as classes Laser Radial, 470 masculina e 49er terão ótima oportunidade para adquirir experiência única", considera Bruno.

O tetracampeão mundial de Star reserva otimismo à parte para falar das possibilidades do parceiro de barco e amigo há 25 anos, Robert Scheidt, que poderá chegar à impressionante marca do sexto pódio nos Jogos do Rio. "O Robert vai chegar muito forte. Ele está evoluindo na hora certa, tem moral de sobra e os adversários o respeitam demais. Ele joga a pressão para cima dos caras", enfatiza Bruno, que aponta quatro países entre os mais bem cotados na vela olímpica. "Vejo Inglaterra, Austrália, França e Holanda muito bem preparados". Bruno e Robert conquistaram duas medalhas em Olimpíadas, Pequim (prata) e Londres (bronze). Juntos, ainda faturaram o tricampeonato mundial de Star.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

Blog Sobre as Águas