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Os quatro brasileiros estão classificados no Grand Slam de Hamburgo

Antonio Alonso

06/05/2016 07h22

Bruno Prada e Augie Diaz vencem no Lago Alster (Marc Rouiller/SSL)

Bruno Prada e Augie Diaz vencem no Lago Alster (Marc Rouiller/SSL)

 

A vela brasileira classificou 100% de seus representantes no City Grand Slam de Hamburgo entre as 30 tripulações que iniciam a segunda fase nesta sexta-feira (6) a partir das 6h00 (Brasília) no Lago de Alster, Alemanha. Bruno Prada e Augie Diaz (EUA) passaram em quinto lugar; Torben Grael e Stefano Lillia (ITA), em nono; e a dupla Francisco Siemsen e Arthur Lopes ficou na 14ª colocação. Outros 56 barcos foram eliminados após as seis primeiras regatas da Star Sailors League.

Torben e Bruno tiveram um dia perfeito em suas respectivas flotilhas. Ambos venceram a disputa final da primeira fase, sob condições desafiadoras: vento fraco, em torno de seis nós (10km/h) e rondados, ou seja, variando constantemente de direção. "Conseguimos largar do lado certo da raia e depois acertamos as rondadas. Em regata curta, acertar o primeiro contravento é fundamental", destacou Torben, com 18 pontos perdidos ao lado de Stefano.

Confiante no bom desempenho, Bruno espera manter nas cinco regatas da segunda fase a regularidade apresentada em Hamburgo até o momento. "O primeiro objetivo já foi superado, agora é mirar as quartas de final. Queremos nos manter entre os cinco primeiros em cada prova". Bruno e Augie somam 16 pontos perdidos. Os estreantes da SSL, Francisco e Arthur, têm 35 pontos e podem levar certa vantagem emocional. "Conseguimos mais do que esperávamos, nossa pressão é zero, mas vamos brigar pelas quartas", cravou Arthur.

Regatas curtas, porém inteligentes – O sol brilhou nesta quinta-feira na cidade de Hamburgo, com três milhões de pessoas comemorando o aniversário 827 de seu porto. Milhares de moradores e visitantes transformaram as margens do Lago Alster em arquibancada para assistir ao terceiro dia do SSL City Grand Slam com 86 tripulações divididas em três flotilhas. Um show espetacular em duas versões: contravento e vento em popa. As boias do percurso estavam praticamente dentro dos parques lotados por fãs da vela.

Depois das largadas atrasadas devido ao vento indefinido, a Comissão de Regatas do clube anfitrião, Norddeutscher Regatta Verein (NRV) aproveitou uma brisa de leste para montar a raia, com cada perna medindo apenas 600 metros, o que exigiu manobras constantes dos velejadores e instinto apurado para escolher o rumo correto.

Na primeira flotilha, os italianos Negri e Lambertenghi levaram a melhor após duelo inicial entre campeões mundiais contra os alemães Stanjek e Kleen. Os italianos abriram distância, mas logo passaram a ser perseguidos pelos poloneses Kuznierewicz e Zycki. Com raia limpa à frente, Negri e Lambertenghi mantiveram a ponta para vencer a regata. A disputa pela segunda colocação se tornou acirrada entre alemães e poloneses.

Stanjek e Kleen recusavam-se a permitir a ultrapassagem de Kuznierewicz e Zycki, mas em uma manobra espetacular os poloneses conseguiram "roubar" o vento dos anfitriões quase em cima da linha da chegada e concluíram a prova na segunda colocação para garantir a liderança da primeira fase e o cobiçado troféu Heinz-Nixford. "Estamos muito satisfeitos com o barco e com nosso desempenho", comentou Dominik Zycki.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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