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Adrenalina das regatas eliminatórias garantem emoção na Star Sailors League

Antonio Alonso

18/04/2016 22h02

Largada da SSL Finals nas Bahamas (Studio Borlenghi)

Largada da SSL Finals em Nassau (Studio Borlenghi)

 

A Star Sailors League (SSL) é um circuito internacional destinado a promover os velejadores por meio de uma forma de disputa inovadora e simples. Os campeonatos oficiais da classe disputados ao longo do ano em todo o mundo somam pontos no ranking da SSL conforme a importância do evento (regional, nacional, continental e mundial). As ações nos eventos da SSL preveem três dias de regatas para qualificação das tripulações. O objetivo da fase preliminar é definir as equipes que seguirão para as quartas de final.

As três regatas reservadas para o dia decisivo, divididas em quartas de final, semifinal e final são adrenalina pura, da largada à linha de chegada devido ao sistema eliminatório. Dez barcos alinham para as quartas de final, do segundo ao 11º colocados. O líder da primeira fase passa direto à semi, juntando-se aos seis primeiros barcos das quartas. Entre as sete duplas da semifinal, as quatro primeiras seguem para a regata decisiva que irá definir ouro, prata e bronze. As três provas têm largadas em sequência e os classificados têm apenas alguns minutos para se reorganizarem entre a chegada e uma nova partida.

Velejadores olímpicos como Lars Grael, Diego Negri e Augie Diaz estão em Miami (EUA) disputando até domingo (17/4) o Mundial de Star e na primeira semana de maio deverão correr o inédito City Grand Slam da SSL entre os dias 3 e 7 no Lago de Alster em Hamburgo, Alemanha. São esperadas cerca de 80 duplas de 20 países. Os três atletas, posicionados entre os líderes no ranking de timoneiros da SSL, consideraram as diferenças entre as provas disputadas em campeonatos tradicionais e a fórmula dramática de regatas eliminatórias da Star Sailors League.

Apoio dos líderes – O presidente internacional da classe Star, o brasileiro Lars Grael, atual campeão mundial ao lado de Samuel Gonçalves, analisou as duas formas de disputa. "Eu prefiro o estilo tradicional, com uma regata mais longa por dia. Prevalecem os ajustes do barco e da vela, assim como a estratégia. Por outro lado, a SSL trouxe sangue novo e ideias muito positivas, não apenas para a Star, mas para a vela em geral. O formato de muitas regatas por dia com fase de classificação e eliminatórias é muito bom para a mídia e promove a classe. Admiro muito o trabalho da SSL", afirma Lars, duas vezes medalhista olímpico.

O italiano Diego Negri, líder do ranking dos timoneiros da SSL entre julho de 2014 e junho de 2015, está entre os favoritos com presença assegurada em Hamburgo. "O mais importante na fase de classificação, durante as regatas de flotilha, é manter a regularidade e adquirir o máximo de conhecimento da raia. Nas provas eliminatórias há mais espaço entre os barcos, o que permite assumir alguns riscos. Antes da final, porém, a prioridade não é cruzar a linha de chegada em primeiro, mas evitar a eliminação. Eu vim da classe Laser, o que me dá muita agilidade no leme da Star", considera Negri.

Para o norte-americano Augie Diaz, vice-campeão europeu de Star, as competições da SSL exigem que o velejador altere sua tática e trabalhe com diferentes estratégias na medida em que a tripulação evolui. "Estou mais acostumado às grandes flotilhas, mas na SSL o desafio é mais intenso devido ao risco de eliminação. Às vezes é preciso ser mais conservador para se alcançar um objetivo por vez. Primeiro ficar entre os onze mais bem classificados, depois se manter entre os sete e finalmente partir para a regata decisiva entre os quatro melhores". Augie está correndo o Mundial de Star em Miami ao lado de Bruno Prada, líder no ranking dos proeiros e também confirmado no SSL City Grand Slam em Hamburgo, evento com premiação total de 100 mil dólares.

 

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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