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Sobre as Águas

Brasileiros superam quebras na Transat Jacques Vabre

Antonio Alonso

31/10/2015 12h59

Transat Jacques Vabre

Barco Zetra teve problema sério em vela após tempestade, mas segue na disputa com destino a Itajaí (SC). Barco é comandado por campeão olímpico Eduardo Penido e pelo empresário Renato Araújo. "O pior já passou", disse o campeão olímpico Eduardo Penido, que comanda o Zetra, único barco brasileiro na Transat Jacques Vabre 2015. A maior regata transatlântica do mundo, que tem como destino final a cidade de Itajaí (SC), é um verdadeiro teste para todas as equipes. Para não entrar na estatística de quebras desta edição – já são 12 desistências desde a largada em Le Havre, na França – a dupla Eduardo Penido e Renato Araújo trocou a velocidade pela segurança. Mas mesmo assim a força dos ventos e as ondas na passagem pelo Golfo de Biscaia fizeram estragos no veleiro brasileiro. Na madrugada da última sexta-feira (29), o Zetra teve problemas na vela que fica na frente do barco, chamada de proa. "Após a passagem pela última depressão – a mais forte de todas, uma vela de proa arrebentou no meio da tempestade junto com o enrolador. Por isso perdemos muita altura. Estamos mais a Leste, mas nossa intenção era navegar mais a Oeste", disse Renato Araújo. "Vamos esperar o mar mais calmo e a proa mais seca para fazer o reparo. Por enquanto, essa vela não nos faz falta, mas será necessária mais pra frente".

No placar das 9h deste sábado (31), o Zetra ocupava a oitava colocação da Class40. O barco é que mais está mais próximo da costa africana na categoria. A média de velocidade nas últimas 24 horas foi de 9.8 nós e o veleiro brasileiro andou 390 quilômetros. O líder da classe é o Le Conservateur, mais de 400 quilômetros na frente do Zetra."A passagem pelos ventos alísios portugueses deveria ser melhor. A gente gostaria de estar mais a Oeste para pegar o vento a favor, mas por causa do problema mudamos. Pra compensar isso, a nossa estratégia foi andar mais contra o vento", explicou Renato Araújo.

Desde a largada em 25 de outubro, a Transat Jacques Vabre registrou 12 abandonos, que variam de quebras ou capotagem. O recorde são 15 desistências na edição de 2011. "Já superamos o maior problema. Acabaram as tempestades e o astral a bordo melhorou um pouquinho. Ainda pegamos um pouco de vento forte, mas agora a favor", disse Eduardo Penido.

Lista dos barcos que estão fora da Transat Jacques Vabre

Team Concise (Class40)
Bretagne Crédit Mutuel (Class40)
Earendil (Class40)
Le French Tech Rennes Saint Malo (Multi50)
Safran (IMOCA)
Adopteunskipper.net (IMOCA)
SMA (IMOCA)
Edmond de Rothschild (IMOCA)
Aerocampus (IMOCA)
Maître CoQ (IMOCA)
Prince de Bretagne (Ultime)
Actual (Ultime)

Sobre a TJV2015

A regata, que é disputada em duplas, larga sempre da cidade portuária de Le Havre, na Normandia, com destino a um país produtor de café, característica que lhe rendeu o apelido de "Rota do Café". Já tendo passado por cidades como Cartagena (Colômbia), Puerto Limon (Costa Rica) e Salvador (BA) em 11 edições, essa será a segunda vez que a competição terá a cidade catarinense como chegada. Em 2013, a regata reuniu mais de 590 mil visitantes nas duas Vilas da Regata (Le Havre e Itajaí).

Mais informações no site www.transat-jacques-vabre.com/br
Facebook: https://www.facebook.com/Transat.Jacques.Vabre
Twitter: https://twitter.com/TransatJV_br

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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