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Equipe Brasileira de Vela já tem nove atletas confirmados para o Rio 2016

Antonio Alonso

13/08/2015 20h22

Confederação Brasileira de Vela confirma nomes dos dois representantes da classe Laser

A Equipe Brasileira de Vela está praticamente fechada para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Após a definição prévia dos nomes das classes RS:X (masculina e feminina), Finn, 49erFX e 470 feminina, a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) anuncia agora os representantes da classe Laser. Na Radial, Fernanda Decnop, de 28 anos, vai representar o Brasil pela primeira vez em uma Olimpíada. Na Laser Standard, o escolhido é Robert Scheidt, que, aos 42 anos, vai para sua sexta participação olímpica. A CBVela tem o Bradesco como patrocinador oficial, o Grupo BG Brasil como co-patrocinador, a Slam como fornecedora oficial e a Richards como parceira. Maior atleta medalhista olímpico do Brasil, Scheidt volta a disputar os Jogos na classe em que conquistou suas duas medalhas de ouro (Atlanta-1996 e Atenas-2004), depois de passagem pela Star. A decisão de já anunciar os dois atletas foi tomada após avaliação do Conselho Técnico da Vela (CTV) baseada nos resultados obtidos por ambos nas principais competições em 2013, 2014 e 2015. Os dois velejadores estarão em ação com a equipe brasileira durante a Regata Internacional de Vela, que serve de Evento-Teste para os Jogos Olímpicos e será disputada de 15 a 22 de agosto, na Marina da Glória.

Assim como Torben Grael, hoje Coordenador Técnico da CBVela, Robert Scheidt soma cinco medalhas em Jogos Olímpicos. O paulista tem, além dos dois ouros, duas pratas (em Sydney-2000, na Laser, e Pequim-2008, na Star) e um bronze (Londres-2012, na Star). "É um orgulho muito grande voltar a representar o Brasil numa Olimpíada, pelo momento que estou vivendo. Uma honra e uma grande oportunidade, ainda mais por disputar os Jogos no Rio, diante da família, dos amigos e da torcida brasileira. A competição com certeza terá uma energia
positiva enorme, e espero retribuir dando o meu melhor", afirmou o velejador.

O bicampeão olímpico voltou a competir na Laser depois que a Federação Internacional de Vela (ISAF) optou pela exclusão da Star do programa olímpico. "Na minha última Olimpíada na Laser, em Atenas, eu vivia um momento bem diferente. Vinha de uma sequência de competições nessa classe, sem interrupções, o que é importante para você crescer nas disputas. Eu sempre digo que a experiência conta muito. Passei dois ciclos olímpicos na Star, uma classe que, até por ser mais técnica, acrescenta muito conhecimento à Laser. Mas o passado não garante o futuro. Tenho muito trabalho pela frente, muitos detalhes a aprimorar, para chegar ao Rio, em 2016, com boas chances de subir ao pódio mais uma vez", avaliou.

Medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, Fernanda é uma das atletas da nova geração da vela brasileira. No Rio, em 2016, ela será uma das velejadoras que tentará recolocar o Brasil no pódio após o terceiro lugar obtido por Fernanda Oliveira e Isabel Swan, na classe 470 feminina, em Pequim-2008.

"Foi um trabalho muito duro para obter esta vaga. Por ser uma Olimpíada em casa, fico ainda mais feliz. Agora é trabalhar para conseguir uma medalha, representar bem o meu país numa edição que será especial por ser no Rio, com família e amigos por perto. Vai ser uma experiência incrível", disse a atleta.

Scheidt e Fernanda se juntam a outros sete velejadores já garantidos nos Jogos Olímpicos do Rio. São eles Martine Grael e Kahena Kunze, na classe 49erFX; Jorge Zarif, na Finn; Patricia Freitas, na RS:X feminina; Ricardo Winicki Santos, o Bimba, na RS:X masculina; e Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan, na 470 feminina. Todos estarão na disputa do evento-teste, a partir deste sábado, assim como Henrique Haddad e Bruno Bethlem (classe 470 masculina); Samuel Albrecht e Isabel Swan (Nacra 17); e Marco Grael e Gabriel Borges (49er).

A CLASSIFICAÇÃO OLÍMPICA

Para definir os representantes na Rio 2016, a CBVela adotou o critério de avaliação do desempenho nas principais competições nacionais e internacionais em 2013,2014 e 2015. Por meio de análises dos resultados, o CTV define o representante. Para fechar a Equipe Brasileira de Vela nos Jogos faltam as classes 470 masculina, 49er e Nacra 17.

Nas duas primeiras, a vaga deve ser definida nas raias olímpicas, na Copa Brasil de Vela, em Niterói (RJ), em dezembro. Porém, existe a possibilidade de uma classificação antecipada. No Mundial de 470, em Haifa, em Israel, caso uma das duplas se posicione dentro do top 15 com o dobro mais um de posições à frente da outra, garante a vaga na Rio 2016.

A 49er segue o mesmo critério para o Mundial, mas com uma outra possibilidade de classificação antes da Copa Brasil de Vela. Caso uma das duplas chegue à frente no Sul-Americano e no Mundial, ambos disputados em Buenos Aires, na Argentina, em novembro, fica com a vaga nos Jogos.

A Nacra 17 terá como eventos finais o Sul-Americano, em dezembro, no Rio de Janeiro, e a Copa Brasil de Vela.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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