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Sobre as Águas

Desviando de icebergs, barcos da Volvo Ocean Race entram na zona do frio

Antonio Alonso

20/03/2015 17h18

Volvo Ocean Race

Um enorme iceberg de mais de um quilômetro de extensão forçou a Volvo Ocean Race a alterar seus limites de navegação na quinta etapa do evento. Já no Oceano Austral e velejando com média de 22 a 26 nós, as equipes precisam respeitar as zonas de proibição para evitar acidentes. O bloco de gelo citado estava se movimentando na direção da flotilha, e a organização optou por mover a atual rota limite de gelo mais ao norte. O iceberg pode andar em em velocidade de uma milha por hora.

O bloco de gelo gigante não é a única preocupação. Os growlers – pedaços de gelo que se partem e flutuam semi-submersos na água gelada – também são uma grave ameaça para a regata. Os barcos serão penalizados se navegarem ao longo destes limites para áreas perigosas.

E tem mais: as águas por lá estão em temperatura variando de 10 a -2 graus. Não cair na água é vital para as tripulações, pois a hipotermia pode matar uma pessoa em 15 minutos. Como se isso não bastasse, as tempestades são formadas de repente.

Em qualquer caso, as tripulações aproveitar o resto agora foi dada a onda, que diminuiu desde ontem. "Os últimos dias têm sido horríveis para mim, pessoalmente", explicou FranVignale, repórter a bordo da MAPFRE. Seu companheiro, Antonio "Neti" Cuervas Mons disse que a coisa vai piorar. "Vão ser cerca de 10 dias complicados, passando frio e muito vento", disse o espanhol.

Na atualização da tarde desta sexta-feira (20), os turcos do Alvimedica apareciam em primeiro lugar, seguido pelo Team Brunel, da Holanda. O MAPFRE, do brasileiro André 'Bochecha' Fonseca, é o quarto colocado.

A data prevista da chagada em Itajaí, em Santa Catarina, também mudou, passando de 7 de abril para 4 de abril. O motivo é que a flotilha está muito rápida desde a saída de Auckland, na terça-feira passada. Ao todo, a regata tem 6.776 milhas náuticas.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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