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Scheidt segue na briga por medalha em Santander

Antonio Alonso

14/09/2014 16h42

Scheidt em quarto lugar no Mundial (Thom Touw)

Scheidt em quarto lugar no Mundial (Thom Touw)

O mau tempo voltou a ser vilão no Mundial de Vela de Santander, interrompendo as regatas deste domingo (14), primeiro dia da fase final. Apenas uma prova foi realizada na classe Laser, antes da chegada de uma tempestade. Após escapar na largada, Robert Scheidt foi desclassificado, mas segue firme na briga por uma vaga na medal race, em busca do seu 12º título mundial. O brasileiro está em quarto lugar, com 19 pontos perdidos, diferença de apenas oito em relação ao novo líder, o holandês Nicholas Heiner.

O domingo começou com clima agradável, em torno dos 25 graus, mas o vento rondado de até 10 nós (18 km/h) tornou a correnteza na raia espanhola mais forte e instável. Apenas a flotilha ouro da Laser, com Robert Scheidt, conseguiu correr uma regata antes da tempestade que se formou no final da tarde.

"Nas condições que estamos enfrentando, com ventos fracos, largar bem é fundamental para ficar entre os primeiros colocados de uma flotilha grande, com 49 barcos. Para largar bem você precisa correr alguns riscos. Hoje o vento estava jogando muito para fora da linha de partida, o que favorecia os erros, conforme aconteceu com vários velejadores. Eu exagerei, fui agressivo demais, e acabei desclassificado", esclareceu Scheidt. Ele e outros dez competidores, entre eles o croata Tonci Stipanovic, número 1 do mundo na Laser, estavam acima da linha de partida no momento da largada e receberam a pontuação equivalente ao número total de barcos mais um.

Mesmo com a penalidade recebida, o brasileiro, único campeão mundial da classe em Santander, com 11 títulos, segue com boas chances de pódio, já que a maioria dos primeiros colocados estão próximos uns dos outros na classificação geral. "É uma pena ter feito esse resultado, porque queimei o meu descarte e preciso ir bem de qualquer jeito nas próximas regatas. Mas também não posso ser muito conservador, pelo que aconteceu. Os riscos vão continuar existindo e tenho que fazer a minha regata, continuar velejando bem. Será bom o dia de descanso (previsto para esta segunda-feira) para eu colocar a cabeça no lugar e voltar com força total na terça (16)", completou o brasileiro, patrocinado pelo Banco do Brasil, Rolex e Deloitte, com os apoios de Audi, COB e CBVela. Além de Scheidt, o Brasil é representado na Laser por Bruno Fontes, em quinto lugar, e Alex Veeren, o 64º colocado.

O Mundial de Santander reservou a segunda-feira (15) como descanso para os velejadores da Laser, mas, dependendo das condições do vento, o dia pode ser aproveitado para a realização de mais uma regata. A classe tem mais cinco provas previstas até quarta-feira, quando serão definidos os dez competidores que seguirão para a medal race, valendo pontos dobrados, na disputa do título e do pódio.

Classificação após cinco regatas e um descarte

1. Nicholas Heiner (NED) – 11 pp (3+[10]+1+4+3)
2. Charlie Buckingham (USA) – 18 pp (6+[23]+2+8+2)
3. Tom Burton (AUS) – 18 pp (5+3+[8]+2+8)
4. Robert Scheidt (BRA)- 19 pp ([13]+2+1+3)
5. Bruno Fontes (BRA) – 23 pp (4+7+9+3+[34])
6. Nick Thompson (GBR) – 25 pp (1+[18]+11+7+6)
7. Jesper Stalheim (SWE) – 26 pp (12+4+5+5+[30])
8 Lorenzo Chiavarini (GBR) – 27 pp (2+14+[29]+6+5)
9. Ryan Palk (AUS) – 28 pp (5+9+13+1+[27])
10. Giovanni Coccoluto (ITA) – 30 pp (1+9+[36]+13+7)
64. Alex Veeren (BRA) – 53 pp (28+11+[36]+14)

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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