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Equipe olímpica do Brasil parte para teste na Espanha

Antonio Alonso

03/09/2014 12h36

Não é de hoje, a confederação brasileira entrou de cabeça na preparação da seleção para a Olimpíada do ano que vem. Doze técnicos acompanham os 34 atletas que viajam para disputar o Mundial de Vela, na Espanha. A desastrosa aventura ao lado dos Bingos parece ter ficado para trás e deu lugar a uma confederação com grana e objetivo. A equipe brasileira tem, além de estrelas como sempre teve nas últimas décadas, novos nomes que vão para a Olimpíada não para velejar, para disputar medalha.

Laser, Finn, Prancha masculino, 470 feminino e 49erFX são as classes nas quais os mais conservadores podem apostar. Eu, no entanto, sigo torcendo por surpresas. A situação mais difícil é da Nacra. Pouquíssimos velejadores conseguiram o barco e se a Olimpíada não fosse no Rio, conquistar a classificação já seria um belo desafio. Um dos barcos tem Samuca Albrecht no timão, uma fera, mas que ainda não encontrou a melhor forma no barco. O Nacra é um detalhe importante, porque parece que os catamarãs voltaram pra ficar. Quem está olhando pra 2020?

Da Peccicom assessoria:

Vela: Time brasileiro embarca para a Espanha para disputa do Mundial da Isaf

Equipe contará com 34 atletas e 12 técnicos, incluindo Torben Grael

Entre os dias 8 e 21 de setembro os melhores velejadores do mundo que buscam uma vaga para 2016 estarão reunidos na Espanha para a disputa do Mundial da Federação Internacional (ISAF). Durante a competição serão definidas 50% das vagas dos próximos Jogos Olímpicos e, apesar de o Brasil já possui vaga em cada uma das dez classes, embarca para o velho continente com uma delegação forte, que promete brigar por medalhas. No total o time canarinho contará com 34 atletas e 12 técnicos, incluindo Torben Grael, coordenador técnico da equipe olímpica brasileira.

"A Equipe Brasileira tem se mostrado bastante consistente nos eventos internacionais, então para esta competição espero ao menos um titulo mundial e cinco barcos entre os 10 melhores colocados", disse o diretor técnico da CBVela Ricardo Lobato.

A competição terá o mesmo formato olímpico, com uma fase classificatória, mais a medal race, em que participam apenas os dez melhores colocados e tem pontuação diferenciada. A previsão é de que as regatas comecem pra valer no dia 12 para as classes Laser Radial e Laser Standard, no dia 13 para as pranchas, 14 para os 470 e 15 para o Finn, Nacra, 49er e 49er FX.

Em todo ciclo olímpico a Federação Internacional promove um evento mundial, que visa definir parte das vagas dos Jogos. Em 2007 ele foi realizado em Cascais, Portugal, e em 2011 em Perth, na Austrália. Para este ciclo a ideia foi adiantar o evento em um ano, dando mais tempo para que cada nação possa definir e treinar os seus representantes.

Ao todo são esperados mais de 1400 atletas, de 80 países, e aqueles que não conseguirem se classificar terão ainda os mundiais das classes do ano que vem para tentar a tão sonhada vaga.

"Nós participamos de uma competição no final do mês na raia do Mundial e analisamos que boa parte dos times está bem preparada e treinada em busca da vaga para os jogos de 2016. A grande alternância e inconstância de resultados de grande parte das tripulações nos faz ter certeza que ter uma boa média será crucial para conseguir um bom resultado neste evento", disse Geison Mendes, timoneiro da classe 470.

A delegação brasileira disputa o Mundial da Isaf com o apoio da CBVela, do COB e do Ministério do Esporte. A CBVela tem patrocínio oficial do Bradesco, apoio da Lei de Incentivo ao Esporte e conta com a Slam como fornecedora oficial.

Confira a delegação brasileira no Mundial:

Laser

Robert Sheidt

Bruno Fontes

Alex Veeren

 

Radial

Fernanda Decnop

Odile Gnaid

Maria Cristina Boabaid

 

Finn

Jorge Zarif

 

RSX M

Ricardo Santos

Albert Carvalho

Gabriel Bastos

 

RSX W

Patricia Freitas

Bruna Martinelli

 

470 W

Fernanda Oliveira e Ana Barbachan

Renata Decnop e Isabel Swan

 

470 M

Henrique Haddad e Bruno Bethlem

Geison Mendes e Gustavo Thiessen

Tiago Brito e Andrei Kneipp

 

49er

Dante Bianchi e Thomas Lowbeer

Marco Grael e Gabriel Borges

 

FX

Martine Grael e Kahena Kunze

Juliana Senfft e Gabriela Nicolino

 

Nacra

Samuel Albrecht e Geórgia Rodrigues

João Bulhões e Juliana Mota

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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